sexta-feira, 12 de abril de 2013

TERCEIRA IDADE - A NOVA CARA

Publicitários lançam um abaixo-assinado para modernizar o símbolo que representa o idoso no país. Será que o símbolo do bonequinho curvado e apoiado em uma bengala que representa as pessoas com mais de 60 anos no Brasil traduz o estilo delas?             

O diretor da agência paulistana Garage.IM, Max Petrucci começou um movimento junto com outros publicitários para dar nova cara à terceira idade brasileira. Eles querem modernizar o símbolo do bonequinho curvado e apoiado em uma bengala para outra imagem que de fato represente a velhice atual.
 
Trata-se do movimento “Nova cara da terceira idade”, uma parceria entre Garage IM, It’sNOON, Update or Die e Enox, que pretende mudar a imagem de um velho com dor nas costas, por uma imagem que realmente reflita a condição dos maiores de 60 anos. Um dos primeiros passos dados foi a co-criação aberta ao público, através da plataforma itsNOON, em que criativos enviaram suas ideias para novos símbolos e os dez melhores escolhidos, por voto popular e por jurados, serão divulgados em 600 bares e restaurantes de São Paulo e de outras seis capitais para trazer mais pessoas para a discussão.
 
O movimento pretende encontrar um símbolo interessante o suficiente que gere empatia e que faça os donos de estabelecimentos trocarem o antigo. A agência Garage Interactive Marketing está na liderança desse processo, buscando parceiros da iniciativa pública e privada, reunindo profissionais de diversas áreas, e criando as próximas etapas do processo para chegar em imagens finais que atendam a todas as necessidades de comunicação de um pictograma.

O primeiro passo dado por eles foi o lançamento de um abaixo-assinado na fan page do movimento (https://www.facebook.com/Nova3idade?fref=ts), que espera ao menos 100 mil assinaturas para, após a escolha de uma proposta por votação popular, ser entregue à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responsável pela normatização de sinalizações.

Em recente declaração à imprensa, Petrucci disse que “A forma de retratar o idoso tem de deixar de ser de uma pessoa decadente, porque isso não é mais verdade. Sim, há perda de vitalidade, mas o idoso hoje vive mais, está mais saudável, ativo e produtivo”.  Segundo ele, “O Brasil está em processo de envelhecimento e mexer no símbolo é uma forma de conscientização sobre o tema.”

Homem curvo e de bengala
De acordo com a matéria “Publicitários buscam símbolo positivo para a terceira idade”, de Denize Guedes, de  O Estado de S.Paulo, “A imagem do homem curvo e de bengala começou a aparecer no País no fim da década de 1990, com o Estatuto do Idoso, e, no início dos anos 2000, com a sanção de leis de atendimento e de assento preferenciais. O meio que popularizou o símbolo foi o Metrô. O Metrô de São Paulo fez uma pesquisa em outros sistemas de transporte e chegou à imagem da pessoa curvada com a bengala.
Como não havia essa normatização no País, a ABNT incorporou o pictograma”, explica à imprensa Maria Barbosa, arquiteta e coordenadora da Comissão de Estudos de Acessibilidade na Comunicação do Comitê das Normas de Acessibilidade da ABNT. Ela conta que, em meados dos anos 2000, o Metrô atualizou o símbolo. “O boneco era visto de perfil, o que acentuava a corcunda. Depois, ele foi posto de frente, mantendo-se a bengala.” Hoje, a imagem de perfil é revista pela ABNT. Mas, apesar de já ter passado por consulta pública, ainda não há data para ser posta a crivo em plenário.

 
Respeito. Isso também é Direitos Humanos
Recentemente os usuários do Metrô podem ler um adesivo, sem imagem, na cor verde com os dizeres “Respeito. Isso também é Direitos Humanos”. Trata-se da campanha Olhe ao Redor, veiculada no metrô de São Paulo para disseminação do conceito de Direitos Humanos, criada pela agência Chiquita Bacana. O objetivo desta campanha é mostrar que “Os direitos humanos estão mais próximos do que você imagina”. Por isso, a campanha visa que “devemos tornar reais os direitos de liberdade, igualdade, cidadania e dignidade em nossas próprias vidas, de maneira que faça sentido para nós. Somente assim os direitos humanos serão encontrados em mais e mais lugares, em todos os lugares e no lugar de todos”.
 
Talvez essa campanha tenha como objetivo maior tirar qualquer símbolo (de gestante, criança de colo, pessoas com deficiência e idosos), o que seria muito interessante, pois a partir do momento que se respeita o outro, não importa a idade que tenha nem o que venha a apresentar.

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