quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Limpeza dos ouvidos

Usar hastes flexíveis pode provocar lesões no ouvido e rompimento do tímpano.

Limpar os ouvidos com as famosas hastes flexíveis é uma ação comum para muitas pessoas, mas o que elas não sabem é que os especialistas condenam essa prática.


Pessoas que não sofrem com o excesso de cerume, também conhecido como cera de ouvido, precisam de limpeza apenas na parte externa, já que essa cera funciona como uma proteção aos ouvidos: “O cerume é produzido por glândulas da pele do conduto auditivo externo e é um protetor natural para esta região”.

Ainda segundo o especialista, a pele do canal do ouvido é muito fina e desidrata com muita facilidade e o cerume, que é uma cera amarelada e gordurosa, evita que as barreiras de proteção do ouvido se quebrem, impedindo a invasão de micro-organismos.

Além disso, as hastes podem provocar lesões agudas ou crônicas que ocorrem quando há uma inserção profunda e inadvertida das hastes na hora da limpeza. No trauma agudo pode haver laceração da pele do conduto, perfuração da membrana timpânica e até uma ruptura da cadeia ossicular com trauma à orelha interna, gerando vertigem e surdez. Já quem usa diariamente pode sofrer micro lacerações, levando a uma maior sensibilidade para otites externas, eczemas e coceira.

Para esses casos, recomenda-se que sempre seja feito acompanhamento com um especialista para que ele avalie o melhor tratamento, mas que o método mais comum adotado é o uso de remédios tópicos com antimicrobianos e aspirações para limpeza do conduto. Já nos casos mais graves, que são os que apresentam trauma agudo com rompimento de membrana e da cadeia ossicular, pode se fazer necessário o tratamento cirúrgico. 

A melhor forma de limpar os ouvidos no dia a dia é durante o banho: “A limpeza deve ser feita apenas na parte externa e a pessoa pode, durante o banho, por exemplo, limpar o ouvido friccionando os dedos e depois enxugar com a toalha.

Ainda assim, mesmo com a limpeza diária, a cera pode se acumular no conduto auditivo e comprometer a audição de forma significativa, mas o tratamento para esta condição é simples e a remoção pode ser feita com a realização de lavagem, aspiração ou instrumentação, dependendo da condição do paciente.

Apesar da remoção parecer um procedimento muito simples, ela deve ser feita por um otorrino, já que não é recomendado a realização desse procedimento por um profissional que não seja qualificado, pois a partir do procedimento podem surgir infecções e outras complicações.


Fonte: Dr. Eduardo Bogaz, otorrinolaringologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

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