Como a vida está se tornando cada vez mais pública na era do Facebook e do Twitter, os relacionamentos também estão mudando – e estar em “um relacionamento enrolado” agora é mais do que uma simples atualização de status.
Pessoas que passam mais tempo nas redes sociais relatam mais conflitos em seus relacionamentos e são mais propensas a se separar – muitas vezes citando o Facebook ou o Twitter como parte do problema.
Essas tendências são tão recentes como as as próprias mídias sociais, e ainda não se sabe por que elas acontecem. Por enquanto, segundo especialistas, vale a pena ter cautela ao postar, fazer buscas ou navegar pela internet, mesmo que você não necessariamente esteja atrás de fofocas.
Seu relacionamento anda mal das pernas, saiba que todo mundo tem problemas amorosos, e o Discovery Mulher traz algumas dicas valiosas para você não cair nas armadilhas do mundo virtual. “Se você vê que uma pessoa atraente anda comentando e curtindo posts do seu namorado ou namorada, logo começa a perguntar quem é”, diz Tara Marshall, psicóloga da Universidade de Brunel , em Londres. “Isso pode ser um grande catalisador de ciúme em certos indivíduos”.
“Antes das redes sociais, se você quisesse encontrar informações sobre parceiros novos ou antigos, teria que recorrer a estratégias mais arriscadas”, acrescenta. “Teria que segui-lo ou criar situações para encontrá-lo, o que era bem mais trabalhoso. Agora com o Facebook, que é anônimo e gratuito, é muito mais fácil encontrar informações sobre as pessoas”.
A internet alimentou muitos romances, oferecendo uma explosão de oportunidades de interação social, e as redes sociais têm beneficiado os relacionamentos de diversas formas. Mudar o status de “solteiro/a” para “em um relacionamento sério”, por exemplo, pode fazer as pessoas se sentirem mais seguras em novos relacionamentos. Mesmo um pouco de vigilância on-line pode tranquilizar os novos namorados quanto ao “bom comportamento” do parceiro.
Mas o caráter público das redes sociais também faz delas um terreno fértil para o ciúme e a desconfiança. Uma pesquisa de 2011 revelou que o Facebook foi citado em até um terço dos pedidos de divórcio, muitas vezes mencionando mensagens inadequadas para outros amigos ou comentários maldosos. Em um estudo publicado em 2010, mais de 80% dos advogados da Academia Americana de Advogados Matrimoniais disseram ter notado um aumento do uso de evidências retiradas de redes sociais nos processos de divórcio dos últimos cinco anos.
Mais de um bilhão de pessoas usam ativamente o Facebook, e o Twitter tem mais de 550 milhões de usuários ativos, o que faz desses sites uma nova e intrigante fronteira para os pesquisadores de relacionamentos. Cada vez mais, estudos associam a a atividade nas mídias sociais com consequências negativas para os relacionamentos românticos.
A pesquisa de Marshall descobriu, por exemplo, que as pessoas que passam muito tempo analisando a página do parceiro no Facebook sentem mais ciúme e falta de confiança. Outros estudos mostram que pessoas que continuam visitando as páginas do ex-namorado ou namorada acabam tendo mais dificuldade para superar o fim do relacionamento.
Ainda não está claro se as pessoas que já são ciumentas ou foram rejeitadas são mais propensas a esse tipo de vigilância no Facebook, ou se ser um usuário ativo desperta diretamente esses sentimentos.
No entanto, outros estudos confirmam que o uso excessivo das redes sociais pode prejudicar os relacionamentos. Algumas pessoas podem se sentir negligenciadas, ignoradas e também preocupadas porque o parceiro se mostra mais animado com sua vida virtual que com a real.
Após entrevistar cerca de 200 pessoas, pesquisadores relataram na revista Cyberpsychology, Behavior and Social Networking que os usuários mais ativos do Facebook viviam mais conflitos relacionados à rede social. A maioria reclama que o parceiro ou parceira adicionou um ex como amigo ou passa mais tempo no Facebook do que namorando. Os usuários mais ativos também eram mais propensos a trair, se separar ou se divorciar. Os resultados se referiam a casais que ficaram juntos durante três anos ou menos, sugerindo que as novas relações são as mais vulneráveis às interferências do Facebook.
O mesmo grupo de pesquisadores publicou resultados semelhantes recentemente, em uma pesquisa com mais de 500 usuários do Twitter. Os mais ativos relataram mais rupturas e conflitos em seus relacionamentos.
Segundo Russell Clayton, da Universidade de Missouri, Columbia, e co-autor de ambos os estudos, “eu pessoalmente acho que o Facebook e o Twitter são ótimos. Mas se você vem enfrentando conflitos ligados a eles, é melhor passar menos tempo nesses sites”.
Marshall também recomenda mais cautela e resguardo da privacidade. “Cuidado com o que você posta no Facebook e no Twitter. Se você teme que alguma coisa possa incomodá-lo no futuro, é melhor não escrever nada”, sugere . “E não caia na armadilha de fuçar nas páginas de seu ex-namorado. Pode ser muito viciante. Deixe pra lá”, conclui.
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