Esqueça os ilusionistas circenses com cartolas e gestos exagerados. Esse clichê, reforçado no último século graças ao cinema e aos programas de auditório, só deteriora a credibilidade da hipnose, ferramenta que hoje auxilia não apenas psicólogos e psiquiatras, como também diferentes especialistas em clínicas e grandes hospitais do país.
“A técnica já foi regulamentada pelos conselhos de odontologia, fisioterapia, psicologia e medicina”, diz Clystine Abram, presidente do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBH-RJ).
Ênfase na palavra “técnica”, pois a prática não consiste em um tratamento que por si só combate quadros clínicos. De acordo com Luiz Guilherme Velloso, cardiologista e hipnólogo do Hospital São Camilo (SP), trata-se de um estado alterado de consciência que fica entre o sono e a vigília.
“Nessa situação, o indivíduo permanece consciente, porém apresenta alterações na percepção e fica altamente receptivo a sugestões”, afirma. A reação cerebral durante o processo ainda é discutida entre os cientistas.
Experimentos mostram que o sistema límbico (responsável por referências de medo, dor, prazer, autopreservação, timidez, etc.) deixa de enviar informações para o neocórtex, porção relacionada à consciência humana. É por isso que a pessoa torna-se sugestionável: ela “perde” as noções que são específicas desse sistema.
Os seres humanos experimentam isso diariamente sem tomar conhecimento. “Ir ao cinema é se submeter a uma espécie de estado hipnótico.
Você fica focado no filme, curte, se envolve, torce pelos personagens, dá vazão às emoções. Mas não percebe que três horas se passaram. E, muitas vezes, come pipoca sem estar com fome.”
Por uma razão desconhecida pela medicina, algumas pessoas são mais suscetíveis à abordagem do que outras. Entretanto, mesmo as mais vulneráveis não aceitam todos os comandos do especialista — seja durante ou após o transe. Se a pessoa é íntegra e honesta, ela não pode ser sugestionada a roubar um supermercado”, exemplifica.
O que um profissional habilitado faz é a indução hipnótica, de modo a favorecer outra terapia. Por exemplo: se por acaso o paciente apresenta uma doença psicossomática, ele é submetido à técnica para que, estando concentrado, possa comunicar-se melhor com seu inconsciente.
Isso ajuda o especialista (que, no caso, será um psicólogo ou psiquiatra) a descobrir as possíveis causas do problema. “O enfermo também poderá acessar com mais facilidade suas qualidades e recursos internos para combater o quadro”, acrescenta a especialista Clystine.
A hipnose é efetiva nos seguintes quadros:Não há como estimar um número médio de sessões necessárias para tratar cada doença, pois tudo depende da gravidade do problema e das particularidades de cada indivíduo. Sendo assim, os tratamentos podem levar de poucas semanas a meses.
-Obesidade e transtornos alimentares
-Fobia social
-Fobias específicas (medo de aranhas, escuro, altura, palhaços, etc.)
-Náuseas relacionadas à gestação ou a tratamentos quimioterápicos
-Doenças psicossomáticas em geral
-Tabagismo
-Transtorno de Estresse Pós-traumático-Ansiedade-Hipertensão-Distúrbios do sono
-Fobia social
-Fobias específicas (medo de aranhas, escuro, altura, palhaços, etc.)
-Náuseas relacionadas à gestação ou a tratamentos quimioterápicos
-Doenças psicossomáticas em geral
-Tabagismo
-Transtorno de Estresse Pós-traumático-Ansiedade-Hipertensão-Distúrbios do sono
Fonte: Dr. Leonard Verea, psiquiatra especializado em medicina psicossomática e hipnose clínica, Dr. Luiz Guilherme Velloso, cardiologista e hipnólogo do Hospital São Camilo e Clystine Abram, presidente do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBH-RJ).