quinta-feira, 10 de julho de 2014

Tipos de endometriose

Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente por meio da descamação durante o fluxo menstrual. Em algumas situações este tecido, ao invés de ser eliminado, volta pelas trompas, alcança a cavidade pélvica e abdominal, gerando a endometriose. A doença pode acometer também os ovários, as tubas e outros órgãos como o intestino e a bexiga. As células do endométrio, na pelve, vão funcionar de forma semelhante as que estão revestindo o útero, isso quer dizer que elas vão "menstruar" também e, é essa menstruação no lugar errado que é responsável por grande parte dos sintomas da doença.
endometriose pode se apresentar de algumas formas distintas:
Endometriose profunda:
É uma forma avançada da doença. Acomete ligamentos ou outros órgãos. Não é infrequente o acometimento intestinal. É de difícil tratamento. A resposta ao tratamento medicamentoso não é tão boa quanto a das formas superficiais. A cirurgia, geralmente, é de grande porte, na qual ressecção de parte do intestino ou da bexiga pode ser necessária.

Ovariana: 
É o chamado endometrioma de ovário. As células endometriais quando voltam através das tubas conseguem se alojar dentro de um pequeno cisto no ovário. A partir daí elas começam a se dividir e “atapetam” todo o cisto. Ao final de cada ciclo menstrual estas células menstruam para dentro deste cisto e com o passar do tempo vão preenchendo-o de sangue. Devido a isto o endometrioma de ovário cresce vagarosamente e pode atingir tamanhos surpreendentes. O problema desta forma de endometriose é que, com o crescimento parte do ovário sadio vai sendo destruída, o que pode comprometer a fertilidade futura! O tratamento é, na maioria das vezes, cirúrgico e o cisto deve ser removido ou cauterizado. Em casos onde o tamanho é muito grande, todo ovário já foi comprometido e ai impõe-se a remoção do ovário (ooforectomia).

Septo reto-vaginal: 
É extremamente rara, acomete o tecido que fica entre o reto e a vagina. Sua origem ainda é controversa, entretanto, acredita-se que pode derivar da transformação de algum resquício da formação dos órgãos genitais em células endometriais. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

Peritoneal: 
É de longe a forma mais comum da doença! Acomete o peritônio, a membrana que recobre toda a pelve e os órgãos pélvicos e abdominais. Pode ser superficial ou profunda, chamamos de profunda quando invade a superfície peritoneal por mais de 5mm. A profunda, também conhecida como infiltrativa é encontrada, com freqüência, na parte final do intestino grosso (reto e sigmóide) e parede da bexiga. Cerca de 20-30% das mulheres com endometriose vão apresentar a forma profunda. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

Endometriose de parede: 
Esta forma da doença aparece após uma cirurgia uterina, seja uma cesárea, histerectomia ou miomectomia. Durante a cirurgia, células do endométrio acabam ficando na cicatriz cirúrgica e ali proliferam e formam um nódulo de endometriose. O quadro clínico consiste em um nódulo abaixo de uma cicatriz cirúrgica que dói e aumenta durante o fluxo menstrual! O tratamento é sempre cirúrgico e consiste na remoção do nódulo. De forma contrária ao que fazemos nos outros tipos de endometriose esta não precisa de complementação medicamentosa após a cirurgia e tampouco da prevenção da recidiva. 

Endometriose pulmonar ou pleural: 
É extremamente rara. Ainda não sabemos com as células endometriais vão parar tão longe! Talvez elas entrem em um vaso sanguíneo ou linfático e cheguem aos pulmões. A mulher com endometriose pulmonar pode se queixar de tosse com sangue durante o fluxo menstrual.

Fonte: Professor Dr. Eduardo Schor

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