Popularmente apelidado de ? leite de caixinha?, o longa vida é resultado da ultra pasteurização, obtida a partir da aplicação da Ultra Alta Temperatura (daí seu nome UHT, sigla para a expressão em inglês Ultra High Temperature). O líquido é aquecido entre 130°C e 150°C por um período de 2 a 4 segundos e, em seguida, resfriado a temperatura ambiente.
Esse tratamento garante a eliminação de todos os microorganismos. A única substância acrescentada ao leite nesse processo é o citrato de sódio, um composto orgânico já presente na composição do leite natural, que garante a estabilidade das proteínas durante o processo de ultra pasteurização. O citrato de sódio é adicionado na proporção de até 0,1g por 100ml.
O citrato de sódio é um estabilizante natural cujo emprego em alimentos está previsto no Codex Alimentarius, conjunto internacional de normas que tem como signatários a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) e é aceito pelo Food and Drugs Administrations (FDA), dos Estados Unidos, e pelo Ministério da Agricultura do Brasil.
Estabilizantes não têm função de conservantes. O leite longa vida, portanto, não tem conservantes. O processo UHT é que garante a sua durabilidade por até seis meses com a embalagem fechada. Sem a proteção do ambiente asséptico da caixinha, o longa vida está sujeito à deterioração comum a qualquer outro leite.
As vantagens da embalagem
A caixinha contribui para a durabilidade e a segurança do leite
A qualidade do leite longa vida pode ser comprovada por dentro e por fora: tão segura quanto o conteúdo é a embalagem do leite UHT. Ela é composta de seis camadas de diferentes materiais: plástico (polietileno), papel e alumínio.
Cada um desses materiais tem uma função na proteção do alimento. O papel corresponde a 75% da composição da embalagem e a mantém rígida. O polietileno, na proporção de 20%, é importante para a aderência das camadas da embalagem e principalmente para proteger o alimento do contato com a camada de alumínio, que bloqueia a luz e o oxigênio e representa 5% da embalagem.
Essa estrutura preserva o leite, mantendo os seus valores nutricionais e as suas características de cor, aroma e sabor ao longo do prazo de validade sem a necessidade de refrigeração.
Para que fique completamente imune a microorganismos e receba em seu interior tão-somente o produto a que se destina, a embalagem passa por um processo de assepsia, que garante a sua segurança ao entrar em contato com o alimento.
Além de contribuir para a durabilidade e a segurança do leite, a embalagem longa vida respeita o meio ambiente, uma vez que é 100% reciclável, e sua principal matéria-prima, o papel, proveniente de fonte renovável.
A embalagem longa vida permite ainda economia significativa de energia nos supermercados, que não necessitam de sistemas de refrigeração para armazenar o produto.
Longa Vida é reconhecido mundialmente na preservação de nutrientes
O leite Longa Vida tem concentração de proteínas igual ao do leite cru. Assim avaliza a International Dairy Federation, organização que há mais de um século congrega especialistas do setor leiteiro distribuídos em 49 países. Segundo a entidade, o valor nutricional das proteínas jamais é afetado quando exposto a qualquer tratamento térmico, seja a pasteurização ou a ultrapasteurização (UHT). Uma alteração possível nesses procedimentos é a da conformação protéica. No entanto, essa mudança não interfere no valor nutricional das proteínas. Em relação aos teores de cálcio e fósforo, os decréscimos observados são pequenos.
Conforme atesta relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o processo de ultrapasteurização (UHT) preserva as qualidades nutritivas do leite. Comparado ao leite pasteurizado, iguala-se a ele não somente quanto ao valor nutritivo, como também quanto à cor e ao sabor.
Embora o leite se destaque por seu valor nutritivo, não pode ser considerado um grande fornecedor das vitaminas diárias necessárias para o organismo humano. Essa insuficiência é característica do leite cru. Um bom exemplo disso é a vitamina B6, presente em quantidades modestas em qualquer tipo de leite. Para que uma pessoa pudesse suprir a necessidade dessa vitamina somente com leite, precisaria consumir 8 litros do produto por dia. O leite, de qualquer tipo, não supre também as necessidades de ácido fólico e vitamina C.
Segundo parecer técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, elementos como luz e oxigênio são mais prejudiciais às vitaminas do leite que o processamento sob altas temperaturas, característico da pasteurização e do Longa Vida. Ainda sobre a redução nos teores de vitaminas, os níveis observados no leite UHT equivalem-se aos do leite pasteurizado.
O parecer do Ministério da Agricultura sublinha também que o ato de ferver leite em casa, comum a consumidores de leite pasteurizado, prejudica os teores de vitaminas B2 e B6 mais que o processo de ultrapasteurização. O leite Longa Vida é um produto pronto para consumo; portanto, não precisa ser fervido.
Fonte: ciência do leite
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