Com o passar do tempo, as rugas e as linhas de expressão começam a denunciar a idade. Os primeiros sinais do envelhecimento veem acompanhados de redução das fibras de sustentação, flacidez e, principalmente, ressecamento da pele. Mas não é apenas a face que sofre com isso, outras regiões também são afetadas como a vagina que sofre diversas alterações físicas e fisiológicas, podendo interferir na saúde sexual.
Segundo a ginecologista e obstetra Erica Mantelli, a flacidez vaginal é relativamente comum em mulheres de meia idade. “Essa alteração ocorre principalmente na menopausa, causada pela queda do estrogênio, e também pelo sedentarismo, tabagismo e múltiplos partos. A mulher não consegue contrair os músculos entre a vagina e o ânus e, consequentemente, fica com a vagina mais flácida”, explica.
Para muitas mulheres, o simples ato de espirrar ou tossir pode gerar um constrangimento de perder urina involuntariamente. Pode ocorrer prolapso da bexiga e do útero, que é conhecido popularmente como bexiga e útero baixo.
Algumas mulheres apresentam disfunções sexuais como saída de ar pela vagina, prisão de ventre e flacidez dos grandes e pequenos lábios, interferindo diretamente na vida sexual com o parceiro.
A flacidez vaginal também pode ser ocasionada pela fraqueza dos músculos da vagina após sucessivos partos. Porém, esse problema pode ser contornado com exercícios pélvicos. “Esses exercícios fortalecem os músculos da pelve, melhorando suas funções, principalmente, em relação ao sexo. Com uma musculatura forte na região genital a sensibilidade aumenta e, consequentemente, proporciona mais satisfação”, destaca a ginecologista. De acordo com a médica, o público feminino também pode realizar esses exercícios apenas para melhorar a sua vida sexual e, dessa forma, prevenir o aparecimento de problemas com flacidez.
O problema de flacidez vaginal causa muita insegurança feminina. É importante que a mulher seja avaliada por um médico especialista e se preciso realizar a medida do potencial elétrico vaginal para saber se está dentro dos padrões de normalidade. Além disso, exames hormonais são recomendados para verificar o nível em que se encontram. “O ideal é procurar um médico para verificar se a flacidez da musculatura vaginal não está associada a uma queda da bexiga ou a uma leve ‘queda’ do reto, ou se não há uma protusão da uretra. Caso algo seja identificado, pode ser indicada uma intervenção cirúrgica”, afirma a ginecologista.
Exercícios que tratam a flacidez
Para fortalecer os músculos da pelve existem exercícios de contração e relaxamento dos músculos da vagina desenvolvidos pelo ginecologista norte-americano Arnold Kegel, por isso o nome de exercícios de Kegel. Tais movimentos são indicados para a prevenção da queda da bexiga, incontinência urinária e dificuldades no parto. “Um dos exercícios mais simples é a contração vaginal. Sentada em uma cadeira, a mulher pode contrair os músculos da vagina como se apertasse algo dentro dela. Depois contar até três e relaxar. Isso pode ser repetido dez vezes. Em seguida, contrair e relaxar a musculatura rapidamente, como se imitasse o ritmo de uma respiração ofegante”, ensina Dra. Erica Mantelli.
Contraindicação
É importante ressaltar que os exercícios de Kegel não devem ser realizados na presença de infecções urinárias, corrimentos vaginais e no período menstrual. “Quando o músculo ainda está muito forte ou na vigência de algumas patologias, não é recomendado esse tipo de exercício. Se não for necessário e, ainda assim, a mulher realizar esses movimentos de contração, poderá sofrer de prisão de ventre, retenção de urina ou dor no ato sexual”, finaliza a médica.
Portanto, ao sentir qualquer sinal de flacidez dos grandes e pequenos lábios, perda involuntária de urina, dor ou desconforto durante ato sexual e sensação de peso na vagina (devido a prolapso de útero ou bexiga) procure seu ginecologista imediatamente.
Outras maneiras de tratar e minimizar os sinais de envelhecimento da vagina incluem, além dos exercícios vaginais, cirurgia íntima, clareamento da região vaginal e aplicação de substâncias que estimulam a produção de colágeno.
Fonte: Dra. Erica Mantelli (CRM 124.315) ginecologista e obstetra
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