terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

VIDA SEM ENXAQUECA - Consuma cafeína, mas não exagere

A enxaqueca — dor de cabeça que pode vir acompanhada de uma série de sintomas, como náusea, vômito e sensibilidade à luz — atinge entre 2% e 3% da população brasileira. Entre essas pessoas, uma em cada dez sofre com a forma crônica do problema: crises em pelo menos metade dos dias de um mês. A enxaqueca é uma dor de cabeça primária, o que significa que ela não acusa uma doença séria de saúde, mas pode ser incapacitante ou prejudicial ao cotidiano das pessoas.
Não existe cura para a enxaqueca, como explica o neurologista Antônio Galvão, coordenador do departamento de dores da Academia Brasileira de Neurologia. "A única coisa que parece curá-la é a idade. Ainda não se sabe o motivo, mas, na maioria das vezes, as pessoas deixam de apresentar o problema conforme envelhecem, especialmente após os 60 anos", diz. 
Saída — Existem, porém, formas de diminuir a prevalência de crises e de atenuar as dores. "Quando as crises são intensas e o problema se torna crônico, os medicamentos são fundamentais. Em casos menos graves, muitas vezes é possível combater o problema sem a ajuda de remédios”, diz Galvão.
O primeiro passo para prevenir enxaqueca é identificar o fator que desencadeia as crises e evitá-los. Chocolate, vinho tinto e comidas gordurosas são causadores comuns do problema, mas isso não quer dizer que todo mundo precise evitar esses alimentos. "Cada pessoa apresenta um fator desencadeante. Um indivíduo pode ter crises quando come chocolate, mas não sente dor depois de tomar muito vinho, por exemplo”, explica o neurologista. 

Caso a crise se instale, há práticas aconselháveis para reduzir a dor — fazer compressas de gelo, deitar em um ambiente escuro e consumir (pouca) cafeína são algumas das principais.
Tais medidas evitam o excesso de analgésicos — e isso é benéfico, pois, quanto mais remédios do tipo uma pessoa toma, mais o seu corpo se tornará tolerante e dependente dele. Com isso, o indivíduo deixará de responder aos efeitos do medicamento e pode transformar a enxaqueca em um problema crônico.



A cafeína tem efeito vasoconstritor, isto é, ajuda a contrair os vasos. Esse efeito atenua as dores da enxaqueca, pois, durante uma crise, os vasos sanguíneos do crânio se dilatam. "O excesso de cafeína, no entanto, pode desencadear um quadro de tolerância e dependência: os vasos se habituam à cafeína e, sem ela, se dilatam e provocam dores. Nesse caso, a pessoa precisa ingerir cada vez mais cafeína para compensar a dilatação", diz o neurologista Antônio Galvão. Segundo o médico, o ideal é não extrapolar o equivalente a três xícaras de café por dia.


Fonte: Dr. Antônio Galvão, neurologista e coordenador do departamento de dores da Academia Brasileira de Neurologia



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