quinta-feira, 20 de março de 2014

MEMÓRIA - Intervenções que resultam na melhora da memória

Diariamente ouvimos que os exercícios mentais estimulam a agilidade do cérebro. Assim, podemos executar tarefas que vão desde memorizar nomes de pessoas ou solucionar problemas da vida diária até calcular o valor da compra do supermercado.

Isso pode parecer um recurso insignificante, já que realizamos essas atividades quase que diariamente, mas na verdade tem embasamento cientifico. As pesquisas indicam que o aprendizado potencializa a ligação entre as células do cérebro (neurônios). Além disso, quanto mais envolvente e desafiador for o problema, maior o número de neurônios envolvidos no processo, o que pode ser verificado por técnicas que mensuram o tamanho de determinadas áreas cerebrais.

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O tamanho aumentado de uma área cerebral conhecida como hipocampo (ver figura abaixo) está intimamente ligado com uma boa memória. Inversamente, a diminuição do hipocampo está associada com a doença de Alzheimer, mas também tem sido relatada em esclerose múltipla e alguns tipos de epilepsia.

O treinamento mental fortalece o cérebro da mesma maneira que o exercício físico modela os músculos de nosso corpo. Essas descobertas podem ser particularmente interessantes para quem pratica exercícios cerebrais. O que é mais importante, no entanto, é o fato de os resultados, de certa forma, darem suporte à noção de que pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, ou com outras formas de demência, podem desacelerar a perda cognitiva ao manter o cérebro ativo.

Os efeitos de várias intervenções que podem resultar em um aumento significativo no volume do hipocampo durante um período de semanas a meses são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 | Fatores associados com o crescimento do hipocampo

Terapias que podem aumentar o tamanho do hipocampo
- Estimulação cognitiva
- Exercício físico (como caminhada)
- Meditação

Intervenções que possam reverter a atrofia do hipocampo
- O tratamento dos fatores de risco para doença cardiovascular
- O tratamento da depressão clínica e apneia obstrutiva do sono

Os fatores associados com um melhor desempenho cerebral com o envelhecimento são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 | Fatores associados com um melhor desempenho cerebral

- Associações fortes: nível educacional e atividades físicas.
- Associação moderada: atividades de lazer.
- Associações leves: álcool (um ou dois copos por dia), ocupação desafiadora, comer peixe, comer frutas e legumes.

Os fatores associados a um pior desempenho cerebral com o envelhecimento são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 | Fatores associados com um pior desempenho cerebral

- Associações fortes: apolipoproteína ε4 genótipo, derrames silenciosos ou grande, meia-idade, hipertensão, obesidade.
- Associações moderadas: depressão, diabetes, uso excessivo de álcool e de altos níveis de homocisteína, altos níveis de colesterol na meia-idade, apnéia obstrutiva do sono.
- Associações leves: estresse crônico, traumatismo craniano, a resposta de insulina diminuída, baixo folato e vitamina B12, o tabagismo.


Fontes: Dra. Gislaine Gil - neuropsicóloga e Dr. Alexandre Leopold Busse -  médico e pesquisador do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-USP.


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