A aprendizagem da fala ocorre em tempos diferentes para cada criança. Porém, deixar de realizar essa atividade no prazo médio não é sinal de alguma doença.
A aprendizagem da fala ocorre em tempos diferentes para cada criança. Porém, deixar de realizar essa atividade no prazo médio não é sinal de alguma doença.
Quando é a hora de se preocupar e procurar ajuda
"Começar a falar faz parte de um desenvolvimento global chamado de neuropsicomotor", ensina Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital e Materninade São Luiz (SP). "É esperado que as crianças comecem a falar palavras isoladas entre um ano e um ano e meio de idade. Já as frases completas devem ser pronunciadas entre os dois anos e meio e três anos", afirma Ana Luiza Navas, professora do curso de fonoaudiologia da Santa Casa de São Paulo. Apesar disso, esse processo ocorre em um tempo diferente para cada criança, e não realizar essas atividades no prazo médio não é necessariamente sinal de uma doença. No entanto, "se a criança não começar a falar até os 2 anos, ela deve ser encaminhada para pesquisas e exames fonoaudiólogos", alerta Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra. A fonoaudióloga e o pediatra concordam que, apesar de não ser uma regra, é comum que as meninas se desenvolvam antes dos meninos- inclusive na hora de dizer as primeiras palavras.
Os possíveis diagnósticos
Os especialistas concordam que o primeiro ponto a ser analisado é se a criança consegue escutar e entender o que está sendo dito. "Muitas vezes ela até consegue falar algumas palavras, mas não com todos os sons que um adulto emite. Isso faz parte do desenvolvimento normal. O que realmente preocupa pais e médicos são os problemas de natureza orgânica, como a deficiência auditiva, e quando ela não demonstra que não entende e não consegue se comunicar de outra forma- pois pode ser um dos primeiros sinais de autismo", explica a fonoaudióloga Ana Luiza. "Os principais fatores capazes de interferir no processo de desenvolvimento e reprodução da fala são surdez, doenças de faringe e laringe, autismo e uma série de outros problemas psicológicos e afetivos , como a insegurança e também a superproteção", completa o pediatra Barros.
Para evitar maiores problemas, o diagnóstico correto é de suma importância. Os exames clínicos de observação de um médico experiente, assim como a realização de exames, fazem parte desse processo. "Ainda existem as doenças que podem simular o autismo, como alguma má formação cerebral, ente outros. Por isso é importante sempre pedir exames", confirma o neuropediatra Breinis. Se os problemas não são diagnosticados e tratados, esses sintomas podem se estender para o período escolar, causando transtornos ainda maiores, como a repetência e a falta de vontade de estudar. "Quando existe essa falha na produção e na compreensão da fala, a comunicação estará comprometida", diz Ana Luiza. "Se esses sintomas chegam até a idade escolar, as crianças podem levar os problemas que têm na fala para a escrita. Por isso recomenda-se procurar orientação no período pré-escolar", conclui.
Estimular a criança a falar em atividades simples como o banho
ou nas refeições podem ajudar a evitar problemas de fala e relacionamento com os pais. |
O que fazer para ajudar?
Alguns problemas, infelizmente, não são possíveis evitar. Mas para auxiliar tanto no desenvolvimento da criança quanto no relacionamento com os pais, os especialistas recomendam: “Já durante a gestação a mãe deve conversar com o bebê para estimular que ele guarde uma memória da fala”, instrui Barros. Isso porque “o pensamento é formado primeiro. Quando uma criança começa a falar, vai aos poucos aprendendo a dar significado para uma linguagem que já está interna. Ou seja, ela entende o vocabulário e depois vai tentar falar aquilo que ela já conhece”, explica a fonoaudióloga.
Estimular a criança a conversar e não corrigi-la quando falar errado é uma ajuda para que não se iniba no começo da comunicação. Para realizar esse tipo de atividade, a desculpa da falta de tempo não é válida. Pequenas conversas na hora de dar banho – “olha a espuma, filho! Quanta espuma!”, por exemplo – na hora das refeições ou de colocá-lo na cama já fazem toda a diferença. Para corrigir uma criança, “os pais nunca devem dizer que ela está errada ou repetir a palavra de forma incorreta. Quando ela disser ‘au-au’, os pais devem falar: ‘isso mesmo, filha, um cachorro!”, ensina Barros. “É péssimo para o aprendizado quando você tira o foco do que a criança está querendo explicar para como ela está explicando”, confirmam os especialistas.
Estimular a criança a conversar e não corrigi-la quando falar errado é uma ajuda para que não se iniba no começo da comunicação. Para realizar esse tipo de atividade, a desculpa da falta de tempo não é válida. Pequenas conversas na hora de dar banho – “olha a espuma, filho! Quanta espuma!”, por exemplo – na hora das refeições ou de colocá-lo na cama já fazem toda a diferença. Para corrigir uma criança, “os pais nunca devem dizer que ela está errada ou repetir a palavra de forma incorreta. Quando ela disser ‘au-au’, os pais devem falar: ‘isso mesmo, filha, um cachorro!”, ensina Barros. “É péssimo para o aprendizado quando você tira o foco do que a criança está querendo explicar para como ela está explicando”, confirmam os especialistas.
Fonte: Revista Viva Saúde
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