Limitar o tempo que passamos sentados a apenas três horas por
dia poderia adicionar dois anos à nossa expectativa de vida.
Você costuma ficar sentado longos períodos, seja no trabalho ou diante da televisão, do computador ou no trânsito. Saiba que tal hábito aumenta o risco de diabetes, doenças cardíacas e até mesmo de morte.
É evidente que o trabalhador que fica sentado o dia inteiro em sua mesa de trabalho e se exercita em algum momento na academia terá uma saúde melhor do que o que vai para casa assistir tevê.
No entanto o primeiro não está livre dos riscos. A alternativa para reduzir o tempo que se passa sentado é tentar alternar as atividades procurando fazê-las de pé sempre que for possível. Uma boa alternativa é fazer caminhadas durante o almoço e optar por atividades menos sedentárias na hora de lazer.
Seguindo esse princípio, restringir o tempo que passamos em frente à TV a
duas horas por dia poderia acrescentar 1,4 anos à nossa expectativa de vida,
afirmam os especialistas do Pennington Biomedical Research Center em Baton
Rouge, Louisiana, em um artigo publicado na revista online BMJ Open.
Comentando o estudo, no entanto, outros cientistas dizem que as estimativas
americanas, baseadas em cinco estudos populacionais diferentes, não são
confiáveis o suficiente para predizer os riscos pessoais.
Além disso, tal meta não é realista, argumentam os críticos.
Vida Sedentária
A recomendação médica para exercícios entre adultos é de pelo menos duas
horas e meia de atividade aeróbica de intensidade moderada (como andar de
bicicleta ou caminhar rápido) por semana, além de duas sessões semanais de
exercícios para fortalecer os músculos.
Mas mesmo se você segue as recomendações, pode continuar a ter um estilo de
vida sedentário. Por exemplo, se você trabalha em um escritório, pode passar a
maior parte do seu dia de trabalho sentado.
Há cada vez mais evidências de que quanto mais tempo passamos sentados, menos
saudáveis nós somos.
Vários estudos vincularam sentar e assistir TV a enfermidades como diabetes e
doenças cardíacas, bem como um risco maior de morte.
Identificar uma relação entre o tempo que passamos sentados e longevidade, no
entanto, não significa provar que uma coisa de fato causa a outra.
Os próprios pesquisadores, aliás, admitem que o estudo tem pontos fracos, o
que torna as revelações menos confiáveis.
Alerta de Saúde
O estudo americano analisou uma grande amostra populacional quase 167 mil
pessoas no total mas não investigou os diferentes estilos de vida dos
indivíduos envolvidos.
Não se sabe ao certo quantos dos participantes já tinham problemas de saúde
no início do estudo e, portanto, passavam mais tempo sentados em consequência
disso.
Além disso, o estudo pressupunha que os participantes se lembrassem e
relatassem com precisão o tempo que passaram sentados.
Os especialistas responsáveis, Peter Katzmarzyk e I-Min Lee, enfatizam que
suas estimativas são teóricas
Mas uma vez que os adultos pesquisados relataram ter passado, em média, a
metade de seus dias sentados "fazendo atividades sedentárias", as conclusões do
estudo podem representar um importante alerta de saúde pública.
Repercussão
O especialista em cálculos de risco David Spiegelhalter, da Universidade de
Cambridge, na Grã-Bretanha, disse: "Este é um estudo de populações e não diz a
você pessoalmente qual poderia ser o efeito de sair do sofá".
"Parece plausível que se gerações futuras se mexerem um pouco mais, talvez
vivam mais".
"Mas poucos de nós passam menos de três horas sentados diariamente, então
essa parece ser uma meta otimista".
Fonte: BBC Brasil
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