Estudos científicos mostram que o uso dos polivitamínicos e das chamadas vitaminas antioxidantes não previne doenças crônicas como infarto, derrame e câncer, e não prolongam a vida. Vitaminas são substâncias orgânicas quimicamente diferentes que são essenciais em pequenas quantidades para o funcionamento normal do corpo. Como elas não são produzidas pelo nosso corpo – com exceção da vitamina D –, elas precisam ser ingeridas na alimentação. As vitaminas devem ser distinguidas dos minerais como cálcio e ferro que também são nutrientes essenciais. Polivitamínicos Geralmente o que as pessoas chamam de “vitaminas” são os polivitamínicos, que são combinações de vitaminas em quantidades que variam de 50 a 150% das necessidades diárias e que, habitualmente, também contém sais minerais associados. Atualmente, existem dezenas de formulações de polivitamínicos a disposição nas farmácias, alguns chegando a custar mais de cem reais. O argumento para usar os tais polivitamínicos é que a maioria das pessoas não ingere, com a dieta, as quantidades necessárias destes nutrientes. Mas será que repor artificialmente estes nutrientes é o mesmo que ingerí-los com os alimentos? Para a maioria das pessoas, entre elas os idosos, provavelmente não. Dieta balanceada Uma dieta balanceada com frutas e vegetais promove a saúde não somente por prover o corpo das vitaminas conhecidas, mas também por conter fibras e milhares de outros micronutrientes menos conhecidos. Além disso, habitualmente, os vegetais substituem ao menos parte dos alimentos de origem animal da refeição, reduzindo a ingestão de gorduras. Prevenção de doenças É importante entender que repor uma vitamina em que se diagnosticou uma deficiência, geralmente através de exame de sangue, é bem diferente de se tomar uma combinação de vitaminas com o objetivo de melhorar a saúde no geral e prevenir doenças. A deficiência de algumas vitaminas é particularmente frequente nos idosos, como da vitamina B12 e a vitamina D. Nesses casos, após a confirmação pelo exame de laboratório, o médico prescreve a dose necessária da vitamina deficiente para aquela pessoa. As doses de vitaminas presentes nos polivitamínicos não são suficientes para repor deficiências. Muitos estudos científicos publicados nas revistas médicas mais conceituadas já mostraram que o uso dos polivitamínicos e das chamadas vitaminas antioxidantes (A, C e E) a longo prazo NÃO previne doenças crônicas como infarto, derrame e câncer, e não prolongam a vida. Não há evidências de que fazem bem... Mas fazem mal? Se por um lado não temos evidência de que fazem bem, será que temos evidência de que fazem mal? Doses individuais de polivitamínicos são aparentemente seguras para a maioria dos adultos. No entanto, doses altas de muitas vitaminas são tóxicas e, a longo prazo, aumentam o risco de câncer e de morrer. Esse risco é particularmente alto para as vitaminas chamadas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K). Quem deve tomar polivitamínicos Quer dizer que ninguém deve tomar polivitamínicos? Sem orientação médica ou de uma nutricionista, não. Situações específicas em que se suspeita de deficiências de múltiplas vitaminas como, por exemplo, no alcoolismo, na dieta vegetariana, após cirurgia de retirada do estômago ou cirurgia bariátrica e em pacientes em hemodiálise, pode se considerar o uso de polivitamínicos desde que prescritos pelo médico ou nutricionista. Para a população idosa em geral, muito mais importante que tomar comprimidos de vitaminas é manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos. | ||||
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domingo, 12 de maio de 2013
SERÁ QUE DEVEMOS TOMAR VITAMINAS?
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