Em um determinado período da vida das mulheres e dos homens, surgem sintomas bastante desconfortáveis. Este período, chamado de menopausa (para a mulher) e andropausa (para o homem), representa a queda das taxas dos hormônios sexuais. Na menopausa, há o término dos ciclos menstruais e ovulatórios em mulheres entre os 45 e 55 anos, enquanto na andropausa, há diminuição da produção de testosterona em homens após os 50 anos.
Com a reposição hormonal, os sintomas são femininos minimizados, tais como mal estar, perda cognitiva (algumas mulheres queixam-se de perda de memória, piora da depressão e ansiedade) e perda de massa óssea (osso vai ficando mais fraco ? osteoporose). No caso dos homens, a reposição hormonal resulta na melhora da disposição e no aumento da libido.
Vale frisar também que, assim como em todo tratamento médico, há efeitos colaterais.
A reposição hormonal deve ser feita sempre com o acompanhamento e a orientação do ginecologista para as mulheres e endocrinologista ou urologista para os homens. Nas mulheres, o tratamento consiste na reposição do estrógeno, que pode ser por via transdérmica (gel ou adesivo) ou oral, combinado ou não com a progesterona ? apenas para as mulheres não histerectomizadas, ou seja, que possuem útero. Nos homens, a reposição é feita com testosterona, que pode ser por diferentes vias.
No passado, foram feitos alguns estudos, dentre eles o WHI (Women's Health Initiative), que demonstrou alguns riscos da reposição hormonal como aumento de eventos tromboembólicos (risco infarto e derrame), além do câncer de mama. Porém, estes estudos utilizaram mulheres fora da faixa etária que normalmente indicamos atualmente para a reposição hormonal (havia pacientes com mais de 10 anos após a menopausa), com doses muito elevadas de um tipo de estrogênio oral que não utilizamos mais atualmente.
Com relação aos homens, não há qualquer evidência de que a reposição de testosterona induza ao câncer de próstata. O que sabemos é que homens com neoplasia (câncer em estágio inicial) têm total contraindicação à reposição. Tanto os cânceres de mama como os de próstata possuem "receptores" para hormônios (ou seja, os hormônios conseguem estimular o crescimento das células). Mas as evidências científicas mostram que não são capazes de gerar (estimular) câncer em células normais.
Para identificar a necessidade de realizar a reposição hormonal, o endocrinologista faz uma minuciosa avaliação baseada em exames. Vale frisar também que, assim como em todo tratamento médico, há efeitos colaterais, dentre eles, aumento do endométrio (efeito minimizado com uso da progesterona), aumento de triglicérides (apenas com a via oral de estrógeno), retenção de líquido, aumento da pressão arterial nas mulheres e aumento prostático nos homens. Sendo assim, a reposição hormonal precisa sempre ter indicação e supervisão de um especialista da área.
Fonte: Dra. Claudia Chang - endocrinologista
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