sábado, 24 de agosto de 2013

MÃE COM AÇÚCAR

Mãe com açúcar e outros ingredientes.
 
Como anda o papel dos avós com os netos. As avós não são mais as mesmas, mas mantêm o posto de uma das personagens principais na vida das crianças.
 
Embora muitas avós exerçam sua profissão, elas disponibilizam mais tempo para os netos do que conseguiram para seus filhos.
 

Avós deseducam?
 
A maturidade e experiência são outros aspectos que ajudam a desempenhar o papel de avó de forma mais plena e sem o peso da responsabilidade que se ganha ao ser mãe, ou seja, as avós podem (e devem) desfrutar de uma relação de cumplicidade, mimos e caprichos com os netos. Elas levam fama de permissivas, mas também sabem impor limites.

Esse suporte aos pais é, ao mesmo tempo, um benefício aos netos, proporcionando-lhes afeto, cuidados, conversas, atividades importantes para seu desenvolvimento cognitivo e psicossocial. A conhecida frase “pais educam e avós deseducam” não é 100% verdadeira. As avós devem usar todo seu afeto e paciência para impor limites aos netos desde que elas sigam os valores que os pais passam para os filhos no dia a dia.

Entre tantos modelos novos de relação, existem ainda aqueles relacionamentos entre pessoas queridas que têm que driblar a distância. Imagine morar longe da avó. Agora imagina poder passar as férias com ela.

Memória viva
 
A relação entre avós e netos transcende qualquer outra experiência. Contribui para a construção da memória da família, o encontro de gerações e a formação de identidade. Ninguém melhor do que as sábias avós para lembrar e contar histórias antigas sobre os pais, as viagens, os encontros. "As avós são as únicas a poder transmitir esse relato em primeira mão. Um dos fatores importantes para o equilíbrio emocional da criança é ela saber de onde vem sua família".
 
 “As avós fazem isso, ensinam aos netos o exercício do resgate”, diz Natércia Tiba, psicoterapeuta de casal e família. Essa convivência entre avós e netos é benéfica para ambos. Para as avós, a chegada dos netos traz mais energia, vitalidade, esperança e um desejo em dar continuidade à sua história. “É até melhor que ter filho. Claro que nada se compara à emoção de ter filho, mas ser avó não tem o peso das obrigações e responsabilidades de quando se tem um filho. É a continuidade da nossa história”.

Se você perguntar qual a receita para ser avó nos tempos atuais, a resposta é unânime: não existe.
 
“Existe um amor inexplicável, uma vontade grande de estar com eles, de passar um pouco de nossas experiências e também aprender com as crianças. A evolução faz parte da vida e hoje as crianças são muito rápidas, estão sempre antenadas e nós, como avós, temos que acompanhar esse modelo e aproveitar o máximo possível com muito prazer”. O tempo passa, as formas se renovam, mas uma coisa é certa: avó continua sendo a mãe com açúcar!

Pequeno manual das avós, Conselhos do Livro dos Avós – Na Casa dos Avós É Sempre Domingo?, da terapeuta Lidia Aratangy e do pediatra Leonardo Posternak:
  • Esclareça quais são as suas possibilidades reais (materiais e psicológicas) de cuidar dos netos.
  • Estabeleça um horário na semana em que você está disponível.
  • Sempre que possível, promova comemorações familiares em sua casa, para enriquecer as lembranças dos netos.
  • Os conselhos só devem ser dados quando solicitados e devem ser oferecidos com a consciência de que são apenas conselhos.
  • Valorize os êxitos e conquistas das crianças, sem esquecer que os adultos também gostam de ter suas vitórias reconhecidas: lembre-se de elogiar também seus filhos.
  • Use e abuse do arsenal de fotos e vídeos da família. 


Fontes:  Lidia Aratangy - terapeuta, Dr. Leonardo Posternak - pediatra e Natércia Tiba - psicoterapeuta de casal e família.

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