Pais e mães sabem que educar não é uma tarefa fácil. Naturalmente presentes e preocupados, os pais zelam pela segurança dos seus filhos. Porém, o excesso de cuidado e apreensão pode evitar que as crianças enfrentem situações necessárias para seu crescimento e amadurecimento saudáveis.
A psicopedagoda Carolina Marcouizos Guimarães conta que essas são características de pais e mães superproterores. “O receio exagerado ocorre de forma ampla e os pais se antecipam para que o filho não se machuque, não se suje, não se frustre, e acabam privando-o de vivenciar uma série de acontecimentos. A reação é automática e constante, ou seja, quando percebem já estão protegendo a criança novamente”
Outro aspecto comum é a ocorrência de mimos e broncas em excesso. “Como esses pais estão o tempo todo observando os filhos, não deixam escapar nada e acabam cobrando demais ou deixando de lado situações que mereciam uma atitude mais firme, por acreditarem que estão realmente atuando de forma favorecedora”, afirma Carolina.
De modo geral, a característica superprotetora predomina em lares com apenas uma criança, ou quando os pais tiveram filhos com idade mais avançada ou, ainda, quando houve dificuldade de concepção e a tentativa perdurou durante muitos anos. Por outro lado, pais bastante jovens também podem fazer parte deste grupo. “Muitos são imaturos e acham que o excesso de zelo é uma forma de ajudar os filhos, já que eles estão sempre sendo observados”.
“Na verdade, essas crianças acabam sendo privadas de autonomia e independência, pois que os adultos fazem tudo por elas. O ato de colocar um casaco se torna algo complicado e um desafio a ser vencido no dia a dia”, reforça a pedagoga. “Se os pais impedem que o filho se machuque, como esperam prepará-lo para enfrentar qualquer tipo de acidente no futuro? Diante de uma queda, a criança irá potencializar a situação, chorar e correr para os pais, procurando nos adultos a solução que ela mesma deveria encontrar”.
“É na infância que se aprende a definir a atitude para cada problema. As crianças precisam saber como buscar soluções e não fugir das adversidades”, completa Carolina.
A primeira medida para que os pais possam monitorar o impulso superprotetor é reconhecer que não é possível controlar tudo o que acontece com os filhos. Segundo a pedagoga, o dever dos pais é dar amor e carinho, ensinar valores, incentivar descobertas e conquistas, proporcionar situações que levem a criança a aprender e se desenvolver. “Incentive seus filhos a descobrir novidades, mostre que você acredita na capacidade deles, permita que se arrisquem dentro das possibilidades das faixas etárias, dê suporte reservando espaço para que eles vivam ao máximo as experiências da infância. Afinal, essa é uma época linda e que não volta nunca mais.”
Fonte: Carolina Marcouizos Guimarães é Pedagoga, Psicopedagoga e Psicomotricista.
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