sábado, 20 de julho de 2013

SAÚDE INFANTIL - PALADAR DO RECÉM-NASCIDO

Açúcar pode atrapalhar a formação do paladar do bebê.

O ideal é apresentar todos os sabores para a criança logo no começo.

© Dreamstime

Como seria a vida sem poder adoçar nada durante dois anos? Para muitas pessoas, a imposição seria bem amarga. Mas essa é a indicação nutricional para os dois primeiro anos do bebê. “Ele só deve consumir o açúcar que está dentro do alimento”, afirma Isa Maria de Gouveia Jorge, doutora em nutrição em saúde pública da Universidade de São Paulo (USP).

Os alimentos possuem diferentes tipos de açúcares, como a frutose das frutas, a glicose etc. Essas substâncias podem ser oferecidas ao pequeno. A restrição é para o açúcar de adição, ou seja, aquele usado em casa. “É uma caloria vazia. Ao ser ingerido, você está tirando a oportunidade de o bebê comer outros alimentos mais adequados”, explica Isa.

Problemas do açúcar

Um dos aspectos que devem ser levados em conta na hora de evitar o açúcar é a formação do paladar. O indicado é oferecer para as crianças os quatro principais sabores desde cedo: doce, salgado, amargo e azedo. “Normalmente, o padrão alimentar de uma pessoa é formado até os 4 anos de idade”, conta a nutricionista.

Procure incentivar essa variedade de gostos ao bebê. As caretas, comuns ao experimentar o algo azedo, não significam que ele não está gostando, e sim que ainda desconhece o sabor.

Oferecer o doce por meio das frutas é a melhor opção. Mas adoçar os alimentos pode atrapalhar a formação do repertório alimentar. “O ser humano já nasce gostando das coisas doces”, revela Isa.
Também é importante estabelecer uma alimentação saudável desde a infância. Esse cuidado ajuda na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão. Mas não esqueça que o açúcar não é o único vilão. Cafeína, enlatados, refrigerantes e produtos industrializados também devem ser evitados nos dois primeiros anos de vida.

Apesar de não ser recomendado, você também não deve se desesperar se encontrar seu filho bebendo um suco adoçado. “Não é uma vez que vai fazer o hábito. A gente deve evitar o máximo possível, mas a gente sabe que às vezes acontece”, explica Isa. “Não é para fazer um escândalo.”


Fonte:  Isa Maria de Gouveia Jorge, doutora em nutrição em saúde pública da Universidade de São Paulo (USP).

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