De fato, com o passar dos anos, o cérebro humano passa por alterações,            como a redução de tamanho e a perda de neurônios – células do cérebro que            não são repostas. Isso tudo gera uma perda gradual de memória. No entanto, se a            pessoa não tem nenhuma doença degenerativa ou outros males que afetam a mente, é            possível manter a cabeça funcionando bem mesmo com o passar dos anos. “A memória,            como toda atividade mental, depende do número de neurônios e das conexões entre            eles, ou seja, das sinapses. A perda numérica é pequena, e é possível conseguirmos            uma boa compensação se tivermos estímulos que aumentem as conexões”, diz Aurélio            Pimenta Dutra, assessor médico de Neurologia Vascular e Liquor do Fleury.
Para manter as sinapses acontecendo a todo vapor, é preciso “exercitar” o cérebro.            Você gosta de palavrascruzadas? É um bom começo. Mas é possível ir além. “O cérebro            tem muitos recursos, precisamos aprender a explorá-los. Que tal fechar os olhos            e tentar explorar os outros sentidos?”, diz Gislaine Gil, neuropsicóloga do Check-Up            Funcional da Maturidade do Fleury.
Quebre a rotina
A rotina é uma inimiga da memória. O cérebro fica mal acostumado e preguiçoso. Para            evitar isso, procure fazer as coisas de formas diferentes a cada novo dia. Gislaine            dá as dicas. “Mude os instrumentos de trabalho no seu dia a dia: use uma panela            nova, uma escova de dentes diferente, faça um curso novo, modifique o caminho para            o trabalho”. As sugestões, aliás, servem para todos. “A partir dos 30 anos, muita            gente já se queixa de problemas de memória. Por outro lado, a maioria desses casos            ocorre por causa de falta de atenção, relacionada ao excesso de estresse.”
Manter o corpo ativo também é fundamental para a saúde física e psíquica. Alexandre            Leopold Busse, coordenador do Ambulatório de Prevenção de Saúde do Serviço de Geriatria            do Hospital das Clínicas da USP, fez um doutorado sobre a importância dos exercícios            contra resistência, cuja forma mais conhecida é a musculação, em idosos com perda            de memória sem causa aparente. “Já se sabia que exercícios aeróbicos, como as caminhadas,            ajudam a prevenir a perda de memória, mas a musculação também se provou benéfica”,             conta o médico. E a musculação é uma atividade que pode ser feita até pelos que            têm dificuldade de caminhar ou se locomover, desde que acompanhada por profissionais            devidamente capacitados e com os cuidados necessários para se evitar lesões osteoarticulares.
Uma dieta saudável e o hábito de visitar o médico para fazer os exames de rotina            também ajudam a manter uma boa atividade mental. De acordo com o doutor Aurélio            Pimenta Dutra, a presença de doenças cardíacas, diabetes, altos níveis de colesterol            no sangue, tabagismo, entre outros fatores, pode provocar alterações na circulação            cerebral, podendo acelerar a perda neuronal. Durante toda a vida, perdemos em torno            de 10% dos neurônios, e um acidente vascular cerebral pode aumentar muito essa perda.            Outro fator que acelera esse processo é o abuso de bebidas alcoólicas. Agora, se            alguém da família anda se esquecendo das coisas além do usual, procure um médico.            Só assim será possível saber se o caso deve-se à falta de atenção ou se, de fato,            existe alguma doença desencadeando o problema. Se for desatenção, alguns exercícios            serão de grande utilidade.
Ginástica cerebral
Quer manter a memória a mil? Veja algumas dicas:     
- Mude seus trajetos
 - Experimente escovar os dentes com a outra mão
 - Leia a revista de trás para frente
 - Escreva um diário, de preferência à noite, tentando se lembrar de tudo o que fez ao longo do dia
 - Pela manhã, anote os sonhos com o máximo de detalhes
 - Organize suas fotos
 - Leia livros e depois compartilhe a história com outras pessoas
 - Anote os compromissos em lugares visíveis
 - Faça uma atividade física, de preferência em grupo
 - Cuide da sua alimentação e do seu corpo
 - E não se esqueça de ir ao médico regularmente
 
Fontes: Dr. Aurélio            Pimenta Dutra, neurologista assessor médico de Neurologia Vascular e Liquor do Fleury, Dr.  Alexandre            Leopold Busse, coordenador do Ambulatório de Prevenção de Saúde do Serviço de Geriatria            do Hospital das Clínicas da USP e Dra. Gislaine Gil, neuropsicóloga do Check-Up            Funcional da Maturidade do Fleury.
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