Viroses infantis são termos desprovidos de significado médico. No passado, como não se dominava o conhecimento e a tecnologia necessária para fazer diagnósticos precisos, muitas doenças recebiam a classificação genérica de viroses.
Na verdade, esse nome funcionava como uma lata de lixo onde se atiravam todas as febres infantis sem causa aparente. “É virose, vai passar em poucos dias”, e as famílias se conformavam com o nariz escorregando, a diarreia, a febre, o mal estar, a inapetência e a imagem abatida da criança.
Atualmente, os médicos contam com recursos laboratoriais e de imagem para fazer diagnósticos mais rápidos e seguros – o que é muito importante mesmo nos casos de virose – pois nem todos os vírus são iguais. Aliás, são seres relativamente simples, mas muito diferentes uns dos outros. Em comum, têm a característica de necessitar de uma célula viva que lhes sirva de hospedeira para reproduzirem-se.
Quando começam a frequentar a escola ou o berçário, as crianças estão mais expostas à infecção por vírus. Contra algumas delas existem vacinas. É o caso da gripe, rubéola, poliomielite, sarampo e caxumba, por exemplo. Para outras, não existem.
Algumas viroses podem ser tratadas com drogas antivirais. Não se podendo contar com elas, o tratamento será apenas sintomático. Antibióticos só devem ser introduzidos caso surjam complicações.
O importante, porém, é que as viroses costumam ser doenças benignas, autolimitadas, que geralmente desaparecem numa semana, dez dias.
Fonte: Dra. Denise Varella Katz é médica pediatra, membro do Departamento de Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e do Hospital Albert Einstein.
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