Lá está você, com olhar fixo no relógio. Passaram-se 2 minutos desde que chegou, mas parece uma eternidade. E o relógio marca: 17H59. Falta apenas um minuto para que ele possa se livrar do tormento de esperar ansiosamente pelas 18H00.
Muitas pessoas passam o dia inteiro esperando o momento de passar o crachá no leitor e se livrar do expediente. Quando chegam ao trabalho, no início da manhã, é como se estivessem dando um "pause" em suas vidas. Das 8:30 às 18 h, parece que a vida "não acontece".
Em outra sala, não muito distante dali, outro personagem observa o relógio e se assusta: "Já são 17:59h? Não deu tempo de fazer nada! Vou ficar mais uma ou duas horas aqui, afinal meu trabalho é a coisa mais importante da minha vida".
Muitas outras pessoas abdicam da sua felicidade individual em nome do trabalho, dos objetivos e metas. Para elas, o sucesso profissional está acima de qualquer outro objetivo. Neste caso, a vida está em "pause" quando saem do trabalho, e o "play" acontece na manhã do dia seguinte, quando retornam.
Duas pessoas com atitudes e pensamentos tão antagônicos, mas com algo em comum: a falta de percepção de que não existe "pause" na vida. Estamos continuamente com o "play" ativado.
O que fazemos a cada momento é o que conta. A felicidade pessoal e profissional são duas faces de uma mesma moeda, e na ausência de uma delas, estaremos incompletos. Quantos executivos não encontramos por aí, com uma carreira brilhante, cheia de reconhecimentos, prestígio e garantia de posicionamento no mercado? Mas a que custo? Como serão suas horas com os filhos, os quais ele não viu crescer? Como serão suas viagens de férias acompanhado de um celular, um tablet, um notebook, um modem de conexão à internet e... Ah! Também da esposa... Se tiver um tempinho ele poderá levá-la para jantar.
Por outro lado, quantos outros "profissionais" ainda não assumiram a sua verdadeira missão com o seu trabalho? Estes fazem da jornada diária um castigo e uma obrigação, sem perceber que em um futuro próximo, ao olhar para trás, terão deixado a oportunidade de realizar grandes feitos em sua vida por não terem reconhecido o crescimento profissional como um sustentáculo das suas realizações pessoais.
Ao questionar onde está então à felicidade, lembro-me da história do visitante que vai a um castelo, e então é convidado pelo rei a passear pelos salões, equilibrando um ovo em uma colher. Ao retornar, é questionado sobre as belezas do castelo, e responde que não viu nada, pois estava demasiadamente preocupado com o ovo. O rei, então ordena que ele faça uma nova visita, observando a decoração. Ele então retorna, abismado com as belezas vistas, mas com o ovo quebrado, e então o sábio rei diz:
- Aí está o segredo da felicidade: observar as belezas do castelo, sem deixar cair o ovo.
A propósito. São 18h. Você já decidiu o que vai fazer?
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