O período difícil que atravessamos, onde predomina o medo e a incerteza no mundo, leva a que haja cada vez mais pessoas a sofrer de depressão. É preciso saber que esta doença tem tratamento eficaz e que o mais importante é pedir ajuda a um médico.
Depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida. Quando o quadro se instala, se não for tratado convenientemente, costuma levar vários meses para desaparecer. Depressão é também uma doença recorrente. Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%.
A “depressão” tem sido usada diversas vezes para caracterizar o estado de espírito da nossa sociedade, neste período de crise. E a verdade é que, a avaliar pelos dados obtidos pelas vendas dos antidepressivos, a depressão parece estar a aumentar no nosso país. Atualmente, são vendidos diariamente cerca de 20.500 embalagens de antidepressivos1, o que revela uma tendência já observada no ano anterior, em que a prescrição destes medicamentos aumentou cerca de 7,6 por cento.
São várias as possíveis explicações para este fenómeno: o desemprego, as dificuldades económicas, o aumento dos divórcios e a solidão, principalmente nos idosos, entre outras. Além disso, a insegurança que se vive atualmente na nossa sociedade conduz a um sentimento generalizado de medo. Ou seja, as pessoas andam receosas, inquietas e encontram-se dominadas pela convicção de que algo negativo vai ocorrer nas suas vidas. Evidentemente que este ambiente social de incerteza, de pessimismo e de provação financeira acaba por aumentar o risco, para quem já está fragilizado, de vir a sofrer de depressão.
Fontes: Dr. Pedro Afonso - psiquiatra e Dr. Ricardo Moreno é médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
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