segunda-feira, 24 de junho de 2013

PSICÓLOGO, QUANDO PROCURAR AJUDA

Porque a saúde não se refere apenas à saúde física, mas também psicológica, e saber quando procurar a ajuda do psicólogo.
 
É indiscutível que a saúde física e a saúde psicológica “andam de mãos dadas”, surgindo cada vez mais reconhecida a importância do bem-estar psicológico para a saúde plena. De acordo com isto, a Organização Mundial da Saúde define saúde como “não simplesmente a ausência de doença”, mas “um estado de completo bem-estar físico, psicológico e social”. Contudo, estamos ainda longe de atribuir à saúde psicológica a mesma importância que atribuímos à saúde física. O resultado disto é o crescente aumento das perturbações psicológicas que temos vindo a assistir, com uma minoria dos casos recorrendo à intervenção. Em 2008, cerca de 1 em cada 5 portugueses já tinha experienciado uma perturbação mental/psicológica. Estima-se que, atualmente, este número seja superior.
 
Então, porque é ainda tão difícil para aqueles que sofrem com problemas psicológicos procurar o psicólogo? Existem muitas respostas possíveis para esta questão. Apesar da crescente importância e utilidade que vêm sendo atribuídas à Psicologia, ainda existe o preconceito de que o psicólogo “é para os malucos” ou a ideia de ser “um luxo só para alguns…”. Estes e outros preconceitos levam ainda muitas pessoas a desistir de procurar ajuda psicológica.
 
O Papel do Psicólogo Clínico
 
O psicólogo clínico é um profissional formado em Psicologia, treinado para usar modelos e métodos psicológicos (testados cientificamente) com o objetivo de ajudar a pessoa a lidar com problemas psicológicos ou dificuldades diversas, resolver problemas da vida, adquirir autoconhecimento, entre outros.
 
O papel do psicólogo é o de facilitar a autorreflexão e o desenvolvimento pessoal. O seu papel não é o de dar soluções ou respostas “mágicas”, mas o de orientar a pessoa na resolução das suas dificuldades e auxiliá-la a encontrar as suas respostas.
 
A Psicologia Clínica não trata problemas psicológicos, mas pessoas com problemas psicológicos. Isto porque não há uma “prescrição” ou um “tratamento” que se aplica de igual forma para todas as pessoas que manifestam um mesmo problema. Por exemplo, a depressão pode manifestar-se de forma diferente e ter causas muito distintas em pessoas diferentes. Como tal, o psicólogo começa por fazer uma avaliação psicológica para poder, depois, desenvolver uma intervenção personalizada e planeada especificamente para cada pessoa. Por isso, não existem “soluções” mágicas ou rápidas. O foco não está na obtenção de resultados rápidos, mas no desenvolvimento de processos pessoais (de acordo com o ritmo da pessoa); processos esses que vão tornar possível enriquecer o repertório de estratégias emocionais, motivacionais, cognitivas e comportamentais da pessoa, que se mantêm a longo prazo, promovendo a sua autossuficiência e autonomização.
 
O que deve esperar do psicólogo? As características que devem definir a atitude do psicólogo devem ser a escuta ativa (deve sentir-se ouvido), a compreensão genuína (sentir-se compreendido) e a aceitação incondicional (sentir-se aceite, independentemente dos seus problemas, comportamentos ou personalidade). Se não reconhecer alguma destas características no psicólogo ou se não ficar satisfeito com o atendimento, não hesite em procurar outro.
 
Fonte: Dra. Cláudia Madeira Pereira, Psicóloga Clínica e Pediátrica

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