Depende.
Pessoas que têm problemas de estômago ou sofrem de insônia e apnéia do sono (interrupção da respiração por mais de 10 segundos enquanto dormem) não devem cochilar depois do almoço, pois esse descanso pode, respectivamente, prejudicar a digestão e comprometer o sono da noite. Fora isso, a sesta, comum em países como Espanha e Itália, não tem qualquer contra-indicação e pode ser uma forma eficiente de recarregar as baterias.
“Sem ela, o organismo de muita gente não funciona bem”, afirma a neurologista Dalva Poyares, coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O que parece estranho aos nossos olhos é uma prática saudável e que deveria ser seguida por todas as pessoas. Dormir após o almoço não é sinônimo de preguiça ou falta do que fazer, mas sim uma recomendação médica capaz de melhorar o desempenho nas atividades durante os períodos vespertino e noturno e, consequentemente, trazer mais saúde.
O especialista em sono e responsável pelo serviço de Medicina do Sono do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, Maurício Bagnato explica que a sesta não é um capricho, mas sim uma necessidade fisiológica. "O cochilo depois do almoço é muito bom para o corpo porque a temperatura abaixa após o sono. Ele precisa ter duração máxima de meia hora e dá uma boa restaurada. Isso faz parte do ser humano. O corpo pede esse descanso", afirma o especialista.
Deve-se prestar atenção, contudo, no exagero de sono no período vespertino. Em casos de indivíduos com tendência muito forte a sentir sonolência no trabalho ou em alunos, após a aula matutina, a principal causa é a ausência de sono suficiente durante a noite. Dormir mais de meia hora à tarde é um sintoma de que algo não vai bem no sono noturno.
Segundo os especialistas, além de tornar a pessoa mais ativa e produtiva, a sesta pode melhorar a digestão, pois deixa o organismo livre para concentrar suas energias no funcionamento do sistema digestor. Pesquisa realizada pela Nasa, a agência espacial norte-americana, revelou que 40 minutos de sono depois de uma refeição, no meio de uma jornada de trabalho, aumentam em 34% a capacidade produtiva. A única ressalva é quanto ao tempo de duração e ao horário do cochilo. “Para não perturbar o sono noturno, ele não pode ser superior a uma hora e deve ocorrer preferencialmente entre 13 e 17 horas, conforme o relógio biológico de cada um”, explica Dalva.
Fontes: Dra. Dalva Poyares, neurologista e coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Dr. Mauricio Bagnato, responsável pelo serviço de Medicina do Sono do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
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