terça-feira, 18 de junho de 2013

VOCÊ JÁ OLHOU SUAS PINTINHAS HOJE?

Ao contrário do que as pessoas imaginam, o câncer de pele não é um problema que aparece de um verão para o outro. “Ele é consequência de uma exposição cumulativa ao sol, ao longo da vida, que vai finalmente gerar essas lesões que podem se transformar em um câncer. É uma ‘semente’ que você planta, geralmente, desde a infância”, afirma Luiz Guilherme Martins Castro, assessor médico do serviço de Dermatologia do Fleury.
 
É por esse motivo que os idosos precisam ter cuidados especiais com a pele. “Conforme envelhecemos, a nossa pele vai ficando menos resistente à exposição solar. Se o idoso já tiver tomado muito sol durante a vida, terá acumulado efeito tóxico significativo e, dessa forma, terá mais probabilidade de desenvolver o câncer de pele”, afirma o dermatologista.
 
 O uso de protetor solar, chapéus e roupas que protejam do sol estão entre os itens básicos para o cuidado com a pele. Mais que isso, é necessário ficar atento aos possíveis sinais de um câncer de pele. Com frequência, os idosos, principalmente os de pele muito muito clara, desenvolvem pintas pelo corpo. Apesar de comuns, essas marcas não podem ser menosprezadas, pois, em geral, os cânceres de pele se manifestam por meio de manchas ou pintas. Por isso, é importante observar com cuidado a pele, à procura de sinais suspeitos (veja no quadro abaixo), além de visitar periodicamente o dermatologista, para que ele possa avaliar o crescimento ou o surgimento dessas pintas.
 
Carcinoma e melanoma
O câncer de pele pode ser dividido em dois grandes grupos. Os carcinomas são os mais comuns, representando de 90% a 95% dos casos. “Eles são menos agressivos e, na maioria das vezes, facilmente tratáveis com pequenas cirurgias e cauterizações. Como têm relação direta com a exposição cumulativa ao sol ao longo da vida e com a pele clara, também são mais fáceis de serem prevenidos – ou seja, quem cuida da pele desde cedo tem menos chances de desenvolvê-los”, afirma o dermatologista. Os carcinomas manifestam-se com feridas ou crostas na pele (tornando-a mais áspera) que não cicatrizam por várias semanas ou meses.

O melanoma, por sua vez, é um dos cânceres mais agressivos que existem. O diagnóstico precoce é essencial, porque suas lesões (geralmente na forma de pintas e manchas pretas) apresentam alto potencial de disseminação das células malignas – ou metástases – e são resistentes à radioterapia e à quimioterapia. “Quando nós falamos dos melanomas, a situação é um pouco mais complicada porque ainda não se sabe exatamente qual é sua relação com a exposição solar. Muitas vezes, o melanoma é encontrado em áreas não expostas ao sol e em pessoas morenas, o que nos leva a crer que essa relação é indireta”, afirma Luiz Guilherme.
 
Segundo o dermatologista do Fleury, algumas pessoas têm um risco maior de desenvolver melanoma. “São pessoas ruivas; as que sofreram queimaduras solares intensas, com formação de bolhas, durante a infância; pessoas que tenham algum parente muito próximo que tenha tido melanoma e pessoas que tenham uma quantidade grande de pintas.” Esses indivíduos fazem parte do chamado grupo de risco para o melanoma e devem se submeter periodicamente a um exame dermatológico preventivo – principalmente os idosos que têm essas características.
 
“Um dos exames muito importantes nessa prevenção é o mapeamento corporal de nevos”, explica Luiz Guilherme. “Imagine uma pessoa que tenha dezenas de pintas: é praticamente impossível ficar analisando uma por uma para saber se ela se modificou. No mapeamento de nevos, é feita uma documentação fotográfica de alta resolução de todo o corpo da pessoa, com lentes especiais que permitem verificar algumas características internas das pintas. Verificando essas características, há mais chance de dizer se é uma pinta benigna ou com potencial de malignidade.” A grande vantagem é evitar retiradas desnecessárias, processo que sempre causa algum incômodo, além de deixar cicatrizes.
 
Autoexame da pele
O que é?
É um método simples para detectar precocemente o câncer de pele, incluindo o melanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, há maior chance de cura.

 
Quando fazer?
Ao fazer o autoexame regularmente, você se familiarizará com a superfície normal da sua pele. É útil anotar as datas e a aparência da pele em cada exame.

 
O que procurar?
• Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram
• Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor
• Feridas que não cicatrizam em 4 semanas
• Deve-se ter em mente o chamado ABCD da transformação de uma pinta em melanoma, conforme descrição abaixo:
• Assimetria - uma metade diferente da outra
• Bordas irregulares - contorno mal definido
• Cor variável - vários tons da mesma cor ou várias cores numa mesma lesão: preta, cinza, castanho claro, castanho escuro, branca, avermelhada ou azul
• Diâmetro - maior que 6 mm

 
Como fazer?
1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo;
2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas;
3) Examine as partes da frente, detrás e dos lados das pernas além da região genital;
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como a região entre os dedos;
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou secador, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas;
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine as costas e as nádegas.


Fontes: Luiz Guilherme Martins Castro, assessor médico do serviço de Dermatologia do Fleury, e Instituto Nacional do Câncer (Inca)
 

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