sábado, 7 de setembro de 2013

MAL DA MONTANHA

O mal da montanha (doença das alturas) é um problema provocado pela falta de oxigénio nas grandes altitudes; adota diversas formas, primeiro uma dominante e depois outra.
 

À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica baixa e o ar, menos denso, tem menos oxigénio. Esta diminuição na quantidade de oxigénio afeta o corpo de várias maneiras: aumentam o ritmo e a profundidade da respiração, alterando o equilíbrio entre os gases pulmonares e o sangue, aumenta a alcalinidade do sangue e altera-se a distribuição de sais como o potássio e o sódio dentro das células. Como resultado, a água distribui-se de forma diferente entre o sangue e os tecidos. Estas alterações são a causa principal do mal da montanha. A grandes altitudes, o sangue contém menos oxigénio, provocando uma coloração azulada na pele, nos lábios e nas unhas (cianose). Em poucas semanas, o corpo responde produzindo mais glóbulos vermelhos, com o objetivo de transportar mais oxigénio para os tecidos.
 
Os efeitos da altitude dependem da altura e da velocidade da subida. Os efeitos são menores a uma altura inferior a 2200 m, mas são mais evidentes e frequentes acima dos 2800 m, depois de uma subida rápida. A maioria das pessoas adapta-se (aclimata-se) às alturas de até 3000 m numa questão de dias, mas aclimatar-se a alturas muito mais elevadas requer muitos dias ou até semanas.
 
Tratamento
 
O mal da montanha agudo ligeiro costuma desaparecer em 1 ou 2 dias, sem outro tratamento para além da ingestão de grande quantidade de líquidos para repor os que se perderam ao suar e ao respirar o ar seco.
 
O ibuprofeno e a ingestão de grande quantidade de líquidos ajudam a aliviar as dores de cabeça. Se a doença for mais grave, costuma ser benéfico administrar acetazolamida, dexametasona ou ambas, alternadamente.
 
Como o edema pulmonar das alturas pode pôr a vida em perigo, o indivíduo afetado deverá ser controlado exaustivamente. Muitas vezes é benéfico ficar acamado e receber oxigénio, mas, se isto não for possível, o doente com esta perturbação deverá ser transferido sem demora para uma altitude inferior. A nifedipina atua de imediato, mas os seus efeitos duram só algumas horas e, por isso, o doente gravemente afetado não deverá ser transferido de imediato para uma altitude inferior.
 
O edema cerebral das alturas, que também pode provocar a morte, é tratado com um corticosteróide como a dexametasona, mas apenas nos casos graves, enquanto se prepara a transferência do doente para uma altitude inferior.
 
Se o edema pulmonar ou o edema cerebral das alturas piorar, qualquer atraso na descida pode provocar a morte do afetado.
 
Depois da descida, as pessoas que manifestem qualquer forma de mal da montanha melhoram rapidamente. Se assim não for, então dever-se-á procurar outra causa para os sintomas.
 
Se não for possível a descida imediata, pode ser utilizado um instrumento que aumenta a pressão e simula uma descida de várias centenas de metros, com o fim de tratar uma pessoa gravemente doente. Este instrumento (uma câmara hiperbárica) é formado por uma bolsa ou por uma tenda de pano muito leve e uma bomba que se faz funcionar manualmente. A pessoa afetada deve ser colocada dentro da referida câmara. Fecha-se esta em seguida e é aumentada a pressão no seu interior com a ajuda da bomba. A pessoa deve permanecer na câmara entre 2 e 3 horas. Este processo é uma boa medida temporária (tão benéfica como administrar oxigénio, de que não se costuma dispor quando se escala uma montanha).
 
 
Fonte: Manual Merck

Nenhum comentário:

Postar um comentário