terça-feira, 11 de junho de 2013

ONDE MORA A FELICIDADE?

Ter atitude positiva em relação à vida é fundamental quando se busca a felicidade.
 


A ciência, que passou tanto tempo debruçada sobre a tristeza, até para desenvolver um arsenal de antidepressivos, só agora passa a entender de alegria. E descobriu esse cobiçadíssimo endereço no cérebro.

 
 A felicidade reside lá em cima, na massa cinzenta, numa região conhecida como lobo temporal esquerdo, a mesma área responsável pelo aprendizado, sobretudo o da linguagem, e também pela decodificação dos sons. A descoberta do local onde se manifesta essa espécie de barato natural resulta de pesquisas recentes sobre o estado de espírito que só nos últimos anos vem sendo estudado a fundo pelos cientistas. Não deixa de ser irônico: os estudiosos conhecem mais os motivos que levam o ser humano a ficar triste do que as razões capazes de o levar à plenitude. 

Deve-se ao professor de psicologia e psiquiatria Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, a façanha de determinar o local onde a felicidade, aparentemente reside. Ele chegou a essa descoberta ao medir, por meio de eletrodos, a atividade cerebral de monges budistas em meditação. Ao alcançarem um estado de bem-estar absoluto, a atividade elétrica no lobo temporal esquerdo disparava. Em outras palavras, o pesquisador mostrou que ser ou estar feliz é algo biológico. Mas os trabalhos científicos vão além: eles têm revelado que indivíduos alegres vivem mais e apresentam um sistema imunológico pra lá de resistente, ou seja, são menos vulneráveis a males de toda sorte e se recuperam mais rápido de doenças do que quem vive de tristezas. No entanto, é quase impossível não questionar: afinal, o que é a felicidade?
 

 A busca por uma resposta já encheu páginas e páginas de romances e livros de poesia e filosofia, sem falar nos filmes. "A felicidade pode ser definida de várias maneiras e definições são arbitrárias", disse o psicólogo Edward Diener, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. "Por isso, prefiro a expressão bem-estar subjetivo, que inclui os sentimentos agradáveis, a ausência de sensações ruins e a satisfação com a vida", completa Edward Diener, que é conhecido como Dr. Felicidade em seu país. O apelido lhe cai bem ele se interessa pelo assunto há mais de 20 anos e é um dos pioneiros na sua pesquisa. "Ser feliz é não querer nada mais do que o que você já tem", decreta, por sua vez, o psicólogo de origem húngara Mihaly Csikszentmihalyi, radicado nos Estados Unidos e que estuda um estado feliz da mente batizado de fluxo, algo como um transe vivenciado por quem curte pra valer o que faz, como atletas e músicos. "Ficamos felizes quando nossa estratégia para lidar com o estresse funciona bem", opina a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 
De acordo com Suzana, esse instante de contentamento aciona uma área do cérebro chamada de sistema de recompensa, que dá a sensação de prazer. Esse sistema e outras regiões corticais interagem com o hipotálamo, estrutura responsável por regular inúmeras funções no organismo, até mesmo nossas defesas. "Nas pessoas mais felizes, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal promove uma produção equilibrada dos hormônios do estresse, como o cortisol", explica a cientista. Assim, as defesas do corpo se fortalecem. Em quem é cronicamente estressado, ocorre justamente o contrário. "O sistema imune se enfraquece porque o corpo está sempre operando no modo de emergência", diz Edward Diener. Daí, não é à toa o fato de os deprimidos adoecerem com mais facilidade.
 
"Quando uma porta de felicidade se fecha, outra se abre, mas geralmente nós olhamos por tanto tempo para a porta fechada que não vemos aquela que foi aberta para nós."Helen Keller (18801868), autora e educadora americana que era surda e cega.
 

Fontes: Dra. Suzana Herculano-Houzel - neurocientista - Dr. Richard Davidson - psiquiatra - Dr. Mihaly Csikszentmihalyi - psicólogo - Edward Diener - psicólogo


 









           
 

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