terça-feira, 4 de junho de 2013

BRIGA ENTRE IRMÃOS

Mesmo sem perceber, pais podem estimular a competição entre os filhos, o que gera as brigas

Pais evitam brigas entre irmãos com medidas simples; descubra se você age bem

Administrar o relacionamento entre os filhos, seus desejos e, principalmente, seus humores não é fácil. Muitas vezes, os pais sentem-se culpados por não conseguir manter a paz entre os irmãos, por mais que tentem. "Brigas entre irmãos são naturais, mas conflitos violentos podem desencadear ansiedade, depressão e autoestima baixa, independentemente da posição de vítima ou agente dos atritos", explica o psiquiatra Alfredo Castro Neto, ex-presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria da Infância e da Adolescência no Rio de Janeiro. Segundo ele, as brigas ocorrem porque existem sentimentos ambivalentes nos filhos, que na maioria das vezes não são devidamente percebidos pelos pais
 
"Há crianças que chegam a desenhar o berço do irmão explodindo, mas, quando perguntamos para os pais sobre essas emoções, eles as desconhecem completamente", explica Neto. As diferenças de opinião, os questionamentos e as discussões são normais entre irmãos, porque, além de amor, o relacionamento envolve rivalidade, ciúme e raiva. O mais importante é a forma como essas emoções são canalizadas, porque as brigas dentro de uma família funcionam como um treino para a vida em sociedade.

"É importante reconhecer que família não é aquela maravilha que aparece em comerciais de televisão. Há momentos de bom convívio, mas é um universo complexo, que requer cultivo no dia a dia", afirma a psicóloga clínica Natércia Tiba.


 
É meu!
A maioria das causas das rixas entre irmãos se resume à antiga briga pelo poder. Quando são crianças, irmãos disputam tudo, desde a atenção dos pais até a posse dos brinquedos. Essa competitividade tem, frequentemente, o aval dos responsáveis. "Sem perceber, os pais fazem muitas comparações entre os filhos e acabam destacando aquele com quem têm mais afinidade", explica Neto. Mesmo não depreciando diretamente nenhum, ao ressaltarem constantemente as qualidades do outro já fazem uma exclusão inconsciente. E elogios forçados não revertem esse quadro. "A criança precisa de elogios verdadeiros, porque sabe perfeitamente quando os pais estão mentindo". Deve-se evitar rótulos como filho "problema" ou "revoltado", que só reforçam a baixa autoestima.



Por: Alfredo Castro Neto - psiquiatra e Natércia Tiba - psicóloga

Nenhum comentário:

Postar um comentário