quarta-feira, 3 de julho de 2013

TERCEIRA IDADE - MENTE EM AÇÃO

Quando começamos a esquecer objetos, datas, nomes e compromissos, logo dizemos: “É a idade!”.
 
De fato, com o passar dos anos, o cérebro humano passa por alterações, como a redução de tamanho e a perda de neurônios – células do cérebro que não são repostas. Isso tudo gera uma perda gradual de memória. No entanto, se a pessoa não tem nenhuma doença degenerativa ou outros males que afetam a mente, é possível manter a cabeça funcionando bem mesmo com o passar dos anos. “A memória, como toda atividade mental, depende do número de neurônios e das conexões entre eles, ou seja, das sinapses. A perda numérica é pequena, e é possível conseguirmos uma boa compensação se tivermos estímulos que aumentem as conexões”, diz Aurélio Pimenta Dutra, assessor médico de Neurologia Vascular e Liquor do Fleury.
 
 
Para manter as sinapses acontecendo a todo vapor, é preciso “exercitar” o cérebro. Você gosta de palavrascruzadas? É um bom começo. Mas é possível ir além. “O cérebro tem muitos recursos, precisamos aprender a explorá-los. Que tal fechar os olhos e tentar explorar os outros sentidos?”, diz Gislaine Gil, neuropsicóloga do Check-Up Funcional da Maturidade do Fleury.
 

Quebre a rotina

A rotina é uma inimiga da memória. O cérebro fica mal acostumado e preguiçoso. Para evitar isso, procure fazer as coisas de formas diferentes a cada novo dia. Gislaine dá as dicas. “Mude os instrumentos de trabalho no seu dia a dia: use uma panela nova, uma escova de dentes diferente, faça um curso novo, modifique o caminho para o trabalho”. As sugestões, aliás, servem para todos. “A partir dos 30 anos, muita gente já se queixa de problemas de memória. Por outro lado, a maioria desses casos ocorre por causa de falta de atenção, relacionada ao excesso de estresse.”

Manter o corpo ativo também é fundamental para a saúde física e psíquica. Alexandre Leopold Busse, coordenador do Ambulatório de Prevenção de Saúde do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da USP, fez um doutorado sobre a importância dos exercícios contra resistência, cuja forma mais conhecida é a musculação, em idosos com perda de memória sem causa aparente. “Já se sabia que exercícios aeróbicos, como as caminhadas, ajudam a prevenir a perda de memória, mas a musculação também se provou benéfica”, conta o médico. E a musculação é uma atividade que pode ser feita até pelos que têm dificuldade de caminhar ou se locomover, desde que acompanhada por profissionais devidamente capacitados e com os cuidados necessários para se evitar lesões osteoarticulares.
 
Uma dieta saudável e o hábito de visitar o médico para fazer os exames de rotina também ajudam a manter uma boa atividade mental. De acordo com o doutor Aurélio Pimenta Dutra, a presença de doenças cardíacas, diabetes, altos níveis de colesterol no sangue, tabagismo, entre outros fatores, pode provocar alterações na circulação cerebral, podendo acelerar a perda neuronal. Durante toda a vida, perdemos em torno de 10% dos neurônios, e um acidente vascular cerebral pode aumentar muito essa perda. Outro fator que acelera esse processo é o abuso de bebidas alcoólicas. Agora, se alguém da família anda se esquecendo das coisas além do usual, procure um médico. Só assim será possível saber se o caso deve-se à falta de atenção ou se, de fato, existe alguma doença desencadeando o problema. Se for desatenção, alguns exercícios serão de grande utilidade.
 

Ginástica cerebral

Quer manter a memória a mil? Veja algumas dicas:
  • Mude seus trajetos
  • Experimente escovar os dentes com a outra mão
  • Leia a revista de trás para frente
  • Escreva um diário, de preferência à noite, tentando se lembrar de tudo o que fez ao longo do dia
  • Pela manhã, anote os sonhos com o máximo de detalhes
  • Organize suas fotos
  • Leia livros e depois compartilhe a história com outras pessoas
  • Anote os compromissos em lugares visíveis
  • Faça uma atividade física, de preferência em grupo
  • Cuide da sua alimentação e do seu corpo
  • E não se esqueça de ir ao médico regularmente
 
 
Fontes: Dr. Aurélio Pimenta Dutra, neurologista assessor médico de Neurologia Vascular e Liquor do Fleury, Dr.  Alexandre Leopold Busse, coordenador do Ambulatório de Prevenção de Saúde do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da USP e Dra. Gislaine Gil, neuropsicóloga do Check-Up Funcional da Maturidade do Fleury.

Nenhum comentário:

Postar um comentário