sábado, 20 de abril de 2013

O BRASIL ENVELHECE, MAS A NOVA CLASSE MÉDIA É JOVEM


Apesar da projeção de uma população de 63 milhões de idosos em 2050, um dos maiores eventos da saúde suplementar do País não deu destaque para o envelhecimento populacional.
Emprestei a frase de Ricardo Meirelles para o título deste relato porque ela chamou minha atenção durante o 17º congresso Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), ocorrido em São Pulo, em agosto de 2012. Na ocasião ele - publicitário com MBA em gestão de negócios pela ESPM e sócio diretor do Data Popular - apresentou o gráfico: idade média da população total, segundo o Data Popular – 2011, cuja média de idade da população brasileira em 1988 era de 24 anos, em 2030 será de 38 e em 2050 de 44.
Com base nos dados acima e em outro gráfico (Data Popular – 2011) apresentado também por Meirelles, a projeção é de que no ano de 2050 teremos 22,71% da população brasileira com 65 anos ou mais.
Apesar da projeção de uma população de 63 milhões de idosos em 2050, um dos maiores eventos da saúde suplementar do País, como o 17º congresso Abramge, cujo tema deste ano foi Planejamento Estratégico na Saúde Suplementar, não deu destaque para o tema envelhecimento populacional, embora todas as palestras estivessem fundamentadas em estatísticas de gestão empresarial.
Os demais temas abordados em cinco outras palestras trataram do aspecto logístico, operacional, comercial, mercadológico, tecnologia de informação e relato de experiência empresarial, mas também sem referência ao envelhecimento.
Vale destacar que a conferência de abertura, realizada por Fernando Henrique Cardoso, superou as expectativas levando o público presente a um passeio pela história político-econômica do Brasil com interface internacional e visão do futuro econômico, porém sem correlação direta com o tema envelhecimento.
Para completar, a conferência de encerramento foi exatamente o que se espera quando a apresentação é feita por alguém do setor público da saúde: o convidado geralmente manda um representante, os questionamentos são respondidos evasivamente e sempre no gerúndio. Nem mesmo o tema “Visão do governo sobre o cenário da saúde” tratou da questão longevidade.
A dúvida continua: mandar um representante dá menor exposição ao convidado especial e a fala daquele pode não ser considerada oficial? O tema não foi apreciado por falta de estudo conclusivo ou foi estratégia política em não apresentá-lo?
Mas... e o envelhecimento da população?
Como estavam presentes vários segmentos da saúde - prestadores de serviços em saúde, operadoras de planos de saúde, serviços de tecnologia de informação, representantes de órgãos públicos, além de jornalistas e políticos - perdeu-se a oportunidade de discutir o que cada setor entende como cenário relativo ao envelhecimento da população.
Quem perde é a sociedade brasileira, e todos nós, é claro, crianças, jovens, adultos e velhos.
Estudos e propostas sobre a saúde suplementar, o que foi feito pelos governos ou o que será feito em um país cada vez mais envelhecido terão de esperar pelo 18º ...

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