segunda-feira, 20 de maio de 2013

SEU FILHO NÃO FALA?

Atenção aos filhos quando eles não falam. Pode ser um sintoma de algo mais sério como autismo ou surdez. Seu filho não fala? Descubra se é um problema sério.

A aprendizagem da fala ocorre em tempos diferentes para cada criança. Porém, deixar de realizar essa atividade no prazo médio não é sinal de alguma doença.


 Quando é a hora de se preocupar e procurar ajuda

"Começar a falar faz parte de um desenvolvimento global chamado de neuropsicomotor", ensina Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital e Materninade São Luiz (SP). "É esperado que as crianças comecem a falar palavras isoladas entre um ano e um ano e meio de idade. Já as frases completas devem ser pronunciadas entre os dois anos e meio e três anos", afirma Ana Luiza Navas, professora do curso de fonoaudiologia da Santa Casa de São Paulo. Apesar disso, esse processo ocorre em um tempo diferente para cada criança, e não realizar essas atividades no prazo médio não é necessariamente sinal de uma doença. No entanto, "se a criança não começar a falar até os 2 anos, ela deve ser encaminhada para pesquisas e exames fonoaudiólogos", alerta Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra. A fonoaudióloga e o pediatra concordam que, apesar de não ser uma regra, é comum que as meninas se desenvolvam antes dos meninos- inclusive na hora de dizer as primeiras palavras. 
 

Os possíveis diagnósticos

Os especialistas concordam que o primeiro ponto a ser analisado é se a criança consegue escutar e entender o que está sendo dito. "Muitas vezes ela até consegue falar algumas palavras, mas não com todos os sons que um adulto emite. Isso faz parte do desenvolvimento normal. O que realmente preocupa pais e médicos são os problemas de natureza orgânica, como a deficiência auditiva, e quando ela não demonstra que não entende e não consegue se comunicar de outra forma- pois pode ser um dos primeiros sinais de autismo", explica a fonoaudióloga Ana Luiza. "Os principais fatores capazes de interferir no processo de desenvolvimento  e reprodução da fala são surdez, doenças de faringe e laringe, autismo e uma série de outros problemas psicológicos e afetivos , como a insegurança e também a superproteção", completa o pediatra Barros.
 
Para evitar maiores problemas, o diagnóstico correto é de suma importância. Os exames clínicos de observação de um médico experiente, assim como a realização de exames, fazem parte desse processo. "Ainda existem as doenças que podem simular o autismo, como alguma má formação cerebral, ente outros. Por isso é importante sempre pedir exames", confirma o neuropediatra Breinis. Se os problemas não são diagnosticados e tratados, esses sintomas podem se estender para o período escolar, causando transtornos ainda maiores, como a repetência e a falta de vontade de estudar. "Quando existe essa falha na produção e na compreensão da fala, a comunicação estará comprometida", diz Ana Luiza. "Se esses sintomas chegam até a idade escolar, as crianças podem levar os problemas que têm na fala para a escrita. Por isso recomenda-se procurar orientação no período pré-escolar", conclui.
 
Estimular a criança a falar em atividades simples como o banho
ou nas refeições podem ajudar a evitar problemas de fala e
relacionamento com os pais.

 O que fazer para ajudar?

Alguns problemas, infelizmente, não são possíveis evitar. Mas para auxiliar tanto no desenvolvimento da criança quanto no relacionamento com os pais, os especialistas recomendam: “Já durante a gestação a mãe deve conversar com o bebê para estimular que ele guarde uma memória da fala”, instrui Barros. Isso porque “o pensamento é formado primeiro. Quando uma criança começa a falar, vai aos poucos aprendendo a dar significado para uma linguagem que já está interna. Ou seja, ela entende o vocabulário e depois vai tentar falar aquilo que ela já conhece”, explica a fonoaudióloga.

Estimular a criança a conversar e não corrigi-la quando falar errado é uma ajuda para que não se iniba no começo da comunicação. Para realizar esse tipo de atividade, a desculpa da falta de tempo não é válida. Pequenas conversas na hora de dar banho – “olha a espuma, filho! Quanta espuma!”, por exemplo – na hora das refeições ou de colocá-lo na cama já fazem toda a diferença. Para corrigir uma criança, “os pais nunca devem dizer que ela está errada ou repetir a palavra de forma incorreta. Quando ela disser ‘au-au’, os pais devem falar: ‘isso mesmo, filha, um cachorro!, ensina Barros. “É péssimo para o aprendizado quando você tira o foco do que a criança está querendo explicar para como ela está explicando”, confirmam os especialistas.
 
Fonte: Revista Viva Saúde

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