sábado, 11 de maio de 2013

CRIANÇAS - LÍNGUA ESTRANGEIRA

Ensino das línguas estrangeiras para crianças.

Os cursos de línguas estrangeiras para crianças já fazem parte do cotidiano de muitas famílias e ensinam uma segunda língua para os pequenos, de maneira lúdica e divertida.

A porta da escolinha não difere de tantas outras existentes. São crianças com mochilinhas, brinquedos e alguns até arrastando fraldinhas nas mãos, que se despedem do responsável e encontram os colegas para mais uma aula. Porém, do portão para dentro, a realidade é outra. Meninos e meninas são recepcionados por professores que os cumprimentam: Good morning? How are you? Do you want to play a game? Muitas crianças respondem, também em inglês, e aqueles que não respondem, parecem entender o que foi dito.

Uma das dúvidas que pairam na cabeça dos pais na hora de matricular o filho pequeno em uma escola de idiomas é saber se o novo aprendizado não irá interferir na língua-mãe. Segundo Lucita, as crianças pequenas têm uma facilidade em "mudar de canal". Neste período da vida, o inglês, ou outro idioma, fica restrito ao mundo das brincadeiras e fantasias. "Já vimos casos de crianças que não falam inglês em casa, na frente dos pais, mas que em uma viagem a Disney, por exemplo, conseguem se virar muito bem, no momento de diversão. O português é a língua forte, aprendida com os pais, existe uma ligação emocional muito grande com ela". A vantagem de se aprender outra língua, ainda nos primeiros anos de vida, terá reflexos futuros. Por aprender de forma natural, a criança terá mais facilidade em falar fluentemente. "Eles imitam o que os professores dizem na mesma entonação, com a mesma pronúncia. Estas crianças ficarão com os sons da nova língua guardados na memória e terão mais facilidade em usá-los quando necessário", diz a diretora.

Overdose de atividades pode causar danos às crianças
Apesar de toda a magia e da expectativa dos pais em ver os filhos fluentes em uma língua estrangeira, deve-se tomar cuidado com os excessos. A psicoterapeuta Denise Maia, especializada em trabalho com crianças e adolescentes, alerta para a ânsia dos pais em preencher todo o tempo disponível do pequeno. "É importante que a criança tenha tempo para brincar ou ficar ociosa. Hoje em dia, é cada vez mais comum vermos pais que matriculam os filhos em vários cursos. Pode ser o inglês, o balé, a natação, a iniciação ao uso de computador e uma infinidade de outras atividades. Temos crianças com agenda de executivo, muito antes da hora adequada".

A psicoterapeuta afirma que estas aulas podem ser indicadas para um período de férias, quando a criança está com todo o tempo livre e, principalmente, quando os pais trabalham fora. Se a opção for por incorporar estas aulas ao cotidiano infantil, ela indica que isto seja feito dentro de um limite de, no máximo, duas vezes por semana e sempre de maneira muito lúdica, com brincadeiras, expressões artísticas e trabalhos manuais. Uma das maiores preocupações dos pais é com a formação da criança, para que ela esteja preparada a enfrentar a competição profissional futura. Esta ansiedade acaba sendo transferida para o pequeno, e pode desenvolver uma série de problemas decorrentes do excesso de atividades, como distúrbio de aprendizagem, medo, frustração, pânico, estresse, dores de estômago, diabete infantil, entre outros. De acordo com Denise, a criança precisa ter o tempo dela respeitado e a aprendizagem de uma nova língua como um processo natural. "Se a criança irá morar fora do País, ela pode aprender esta língua quando estiver no novo local. Este momento da infância deve ser tratado basicamente com brincadeiras e diversões", diz a psicoterapeuta. Ela ainda ressalta que a partir dos oito anos, quando a criança já possui maior domínio da língua materna, pode-se pensar no novo idioma, desde que respeitando o tempo do filho.

"Se a criança não dá conta de sua demanda diária, não adianta forçar novas atividades. É melhor esperar um pouco e mandá-lo, por exemplo, para um curso de línguas no exterior, quando ele terá a vivência do novo idioma no momento adequado", reforça Denise.

Fonte: Denise Maia - psicoterapeuta

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